Padre, militar e escritor
Jucey Santana
Joaquim de Jesus Dourado
nasceu em Beberibe (CE), em 25 de
fevereiro de 1905. Filho de Manoel Martins Dourado e Ana Martins
Dourado.
Joaquim Dourado, popularmente
conhecido como padre Douradinho, para estabelecer diferença entre ele e padre
Joaquim Martins Dourado, seu tio e tutor.
Em 1915, Douradinho foi morar em São Luís, ingressando no
Seminário Santo Antônio aos 11 anos.
Cursou o Seminário Maior e os cursos de Filosofia e Teologia, tendo
recebido o sacramento da Ordem em 1927. Foi coadjutor da igreja da Sé e vigário
cooperador da cidade de Caxias. A seguir
foi vigário de Codó, Vargem Grande e Itapecuru Mirim. Em 1944 partiu
para a Itália integrando-se
voluntariamente na Força Expedicionária Brasileira – FEB, como capelão militar
nos campos de batalha, da 2ª Guerra
Mundial.
De volta ao Brasil, em 1945 passou a residir em
Fortaleza. Em 1946 recebeu a patente de capitão, concedida pelo general Eurico
Gaspar Dutra, então presidente da República.
Desenvolveu muitas atividades, cargos e missões como oficial do Exército.
Recebeu o título eclesiástico de
Monsenhor.
Padre Douradinho em Itapecuru Mirim
A gestão do padre Douradinho na paróquia de Itapecuru Mirim foi concomitante à
administração de Bernardo Thiago de Matos, que arquitetou o maior projeto de
urbanização da cidade.
Ao chegar a
Itapecuru Mirim em 1942, em substituição ao padre Alfredo Bacelar, que havia
organizado uma grande campanha comunitária para construção da igreja matriz,
deixando inconclusa a parte frontal do templo, sem porta e sem torre. Entre os anos 1942 e 1944, o padre Douradinho contratou a construtora Nunes&Bayma, para o serviço. Coube ainda
ao padre Dourado a aquisição da atual Casa Paroquial, depois do falecimento, em
1942, do seu antigo proprietário o Major Bandeira, (Boaventura Catão Bandeira
de Mello Júnior).
Foi durante a sua estada em Itapecuru Mirim
que recebeu das mãos do general Hastímphilo de Moura, ex-governador de São
Paulo, a doação das terras de Guanaré,
para a paróquia, herança da família Moura.
Projeção Literária
Monsenhor
Douradinho, conhecido como padre muito “sabido”, foi romancista, cronista,
pesquisador e jornalista.
Como
literato assinava J J Dourado. Ele fundou
em Caxias o periódico Flâmula e
em Codó, O Cruzeiro com padre
Gilberto.
Foi eleito membro fundador da cadeira 34
da Academia Maranhense de Letras, sob o patronato de Coelho Neto, tomando posse
em 17 de janeiro de 1948.
Escreveu muitas obras, com testemunhos dos horrores da
guerra, romances, crônicas educativas e romances históricos:
Atravessando Fronteiras, 1938;
− Pássaros Cativos, 1938;
− Sumaúma, 1939;
− Caminhos, 1940;
− Outros Céus, 1942;
− Estou Ferido, 1945;
− E... a guerra acabou, 1948;
− Bom Soldado, (crônicas educativas), 1949;
− Homens que lutaram, 1950;
− Siga este Caminho, (pseudônimo de Bernardo Dorê) 1954;
− Muiraquitã, 1955;
− Contos de Vigário; 1957;
− Mestre Praça;
− Alvorada;
− Oriente Médio;
− Cafundó; 1961;
− Histórias Divertidas;
− Muçambê; 1965;
− Uma História por dia; 1968;
− Terra dos Balaios, 1969;
− Mutirão – Bom Humor, 1970;
− Terra Esquecida; 1971.
Ainda deixou dois romances inéditos: Paisagem Humana e Terra
Esquecida.
Foi um entusiasta
pela vida, pela educação e pela
paz. Faleceu em 1974 em um acidente
automobilístico na estrada de Beberibe, no Ceará.
Vale registrar que Joaquim Martins Dourado tutor de padre
Douradinho foi pároco várias vezes das cidades de Itapecuru Mirim e Rosário.
Politizado e carismático figurou como uma das vítimas fatais da greve de 1951,
em frente ao Palácio dos Leões, falecendo em 20 de setembro de 1951.
A senhora teria os PDFs dos livros dele?
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