Por: Tiago
Oliveira
Filho de
Areias Filomeno Martins nasceu em 1926, sendo filho de Duzindia Cerqueira
Martins (descendente dos Cerqueira da Fazenda São Luís) e de Martins Vieira
Martins (oriundo dos Martins da Beira do Campo de Santa Rita). Seu Filomeno
como é mais conhecido é casado com a já falecida Filomena Alves Pereira, deste
matrimônio nasceram vários filhos, o primeiro desta prole Simplício Martins de
64 anos e sua genitora são os abençoados pela promessa feita a São Sebastião,
que viria a se transformar no Festejo de Areias.
Seu Filomeno
conta que durante os primeiros dias de vida do seu primogênito o casal se
encontrava cuidando de uma roça nas proximidades do Povoado Peroaba (este
povoado ficava às margens da Ferrovia São Luís – Teresina próximo ao km 90,
contudo atualmente só há ruínas), como era comum naqueles tempos às famílias
passavam dias residindo nos Tijupás (barraco construído nas roças); quando
chegou o dia de São Sebastião, todos os vizinhos das roças próximas vieram para
Areias, no intuito de prestar culto ao Padroeiro da Povoação, contundo Dona
Filomena não estava se sentindo bem, fato que impossibilitou a ida da família.
Ao
anoitecer, a mesma só piorava, até o momento que só conseguia proferir pequenos
gemidos e não reconhecia mais o filho e o seu cônjuge. Por voltas das 22h
Filomeno ajoelhou-se e pediu a São Sebastião, que caso a sua companheira
sobrevivesse iria realizar uma missa em sua homenagem. Quando já passava da
meia noite, Dona Filomena acordou e disse – Filomeno, cadê meu filho? Traga-o
aqui para eu amamentá-lo. Com a melhora da companheira o casal decidiu que no
dia seguinte retornariam para Areias, para acompanhar o resto das novenas do
Padroeiro.
Meses depois
Filomeno foi até Rosário a procura do Padre Dourado, para tratar do pagamento
da promessa feita na Roça. Durante a conversa com o Pároco, este último disse
que a única exigência é que fosse construída uma Latada (espécie de
cobertura/varanda de Palha de Coco-babaçu) para proteger os fiéis das
intempéries do tempo. A data acertada foi para o segundo sábado de setembro.
Como a missa
atraiu muitos moradores da região, Padre Dourado (o Padre vinha de trem até
Caremas de onde partia para Areias no lombo de animais de carga) recomendou que
fosse realizada no próximo ano e assim o evento foi crescendo e se repetindo
até os dias atuais sempre na mesma data e no mesmo local. Nos primórdios a
festa dançante ficava por conta de grupos musicais de sopro, provenientes de
Rosário, seu Filomeno diz que o tempo apagou da memória o nome desses grupos,
mas recorda que a primeira Radiola só tocou em sua festa, quase vinte anos
depois do início do evento e que a primeira era da cidade Bacabal, porém não
recorda mais o nome da mesma.
Monsenhor
Joaquim Martins Dourado — Nasceu aos 12 de Agosto de 1878 em Beberibe, Ceará. Filho do lavrador José
Martins Dourado e de Maria de Jesus Rodrigues
Dourado. Aos 19 anos entrou para o Seminário de Fortaleza, onde estudou durante quatro anos, e
transferiu-se para o Seminário de São Luís
do Maranhão, onde foi ordenado aos 8
de Dezembro de 1906. Em 1907, foi nomeado
vigário da Paróquia de Rosário. Por diversas vezes, respondeu também pelas paróquias de Itapecuru Mirim,
Vargem Grande e Anajatuba. Faleceu
aos 20 de setembro de 1951.
Texto de João Carlos Pimentel
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