quinta-feira, 11 de agosto de 2016

O SENTIMENTO INDÍGENA





Um extraordinário resgate do que temos de mais atual, de forma concisa e bem delineada, sobre o sentimento indígena já tratado entre nós. O erudito e silencioso pesquisador Profº Dr. Joseh Carlos Araújo foi longe, usou a perspicácia de quem possui domínio no olhar e sabedoria de agir.
No início do encontro das culturas francesa e indígena teve-se logo uma visão bipartida: os nativos chamavam o local habitado de Upaon-açu ao passo que os gauleses o denominaram Maragnan. Imediatamente percebemos um marco diferencial; subentende-se que os olhares provocaram novas descobertas. O francês admira o indígena e vice-versa.
O conceito de espanto que a filosofia grega causou ao sábio, entre os nativos e franco-lusos provocou não só admiração, mas exploração e interesses outrem. A proposta de leitura, embora com linguagem acessível ao leitor comum, exigirá certo conhecimento dos elementos culturais da formação do maranhense, visto que a matéria trabalhada compreende a reconstrução da história do indígena sob um novo olhar.
Tudo leva a acreditar que deve pulsar mais forte no sangue do autor maranhense traços de herança biológica tupinambá, tamanha façanha e várias pistas para novas pesquisas em torno do elemento indígena.
Enfim, a presente obra traz à luz a formação da consciência histórica de um povo que somente o escritor tão bem soube se valer, por possuir um cabedal científico elevado ao traduzir em poucas páginas aquilo que já o consagrou no cenário de um dos melhores de nossa  terra tupinambá – uma mistura de genialidade e sentimento originário.

Prof. Dr. Raimundo Gomes Meireles
                                                                            IHGM, SBC, ALL e AICLA

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