Benedito
Buzar
Recebo do
reitor da Universidade Estadual do Maranhão, Gustavo Pereira da Costa, a
comunicação de ser um dos homenageados com a Medalha Gomes de Sousa do Mérito
Universitário, conferida pelo Conselho Universitário, nas comemorações dos 35
anos de fundação da Instituição.
Dias
depois, outro comunicado do mesmo reitor, dando conta da minha indicação para
falar em nome dos homenageados, na solenidade comemorativa da significativa
efeméride, a 2 de agosto de 2017.
A honra
de ser duplamente distinguido proporcionou-me alegria e felicidade, pois
através da retórica teria a oportunidade de evocar e lembrar a trajetória da
Instituição, que ao longo de 35 anos cumpriu o objetivo de fomentar o saber e
de formar profissionais dos mais diversos campos do conhecimento humano e científico.
Para
cumprir a incumbência a mim foi delegada, fiz um recuo no tempo e trouxe a
lume, ainda que de forma sumária, a gloriosa história da Universidade Estadual
do Maranhão, desde os seus primórdios, da qual participei como docente e com
atuação, modéstia a parte, exemplar.
Sustentado
na minha bem conservada memória de jornalista e de pesquisador, sempre pronta a
me ajudar nesses momentos, transmiti preciosas informações sobre iniciativas e
atos praticados por autoridades governamentais, que resultaram, depois de um
processo de maturação, na fundação da Universidade Estadual do Maranhão.
Na condição
de testemunha viva daquele processo histórico, afirmei que tudo começou nos
meados da década de 1960, no governo José Sarney, que levado por circunstâncias
conjunturais, decide criar as Faculdades de Engenharia, Administração e
Agronomia, em São Luís, e a Escola Superior de Educação, em Caxias, para a
preparação de quadros técnicos que o Maranhão carecia, com vistas a modernizar
suas estruturas administrativas e promover o desenvolvimento econômico e
social.
O
sucessor de Sarney, professor Pedro Neiva, empenhado na consolidação
desse projeto educacional, cria as Faculdade de Veterinária, em São Luís,
e de Educação, em Imperatriz, que, aglutinadas em torno das existentes,
formaram uma autarquia denominada Federação das Escolas Superiores do Maranhão.
Como
substituto de Pedro Neiva, o governador Nunes Freire, também deu o seu
contributo, levando as Faculdades instaladas em São Luís, que funcionavam
isoladamente, para um campus próprio, com o nome de Cidade Universitária Paulo
VI, onde alunos, professores e servidores comungaram vivências e trocaram
experiências necessárias à formação do espírito universitário.
Para
coroamento de tudo isso, o governador João Castelo, sucessor de Nunes Freire,
realiza o sonho maior de todos nós: o envio à Assembleia Legislativa de um
projeto de lei, criando a Universidade Estadual do Maranhão, sancionado pelo
mesmo em 30 de dezembro de 1981.
Ao longo
dessa árdua caminhada de vitoriosas conquistas e exitosas iniciativas, no
campo acadêmico, técnico e científico, mas, também, de tempos difíceis e de
lutas adversas, a Instituição só não chegou a desativar o ensino, a pesquisa e
a extensão, porque os corpos docente, discente e administrativo se levantaram e
reagiram contra o impensado gesto de alguns gestores que criaram dezenas de
cursos de graduação, muitos dos quais dispensáveis, mas, com o fito exclusivo
de atender interesses eleitoreiros.
Felizmente,
aquela maldita fase passou e se perdeu na poeira do tempo, graças aos
compromissados assumidos pelos professores José Augusto Oliveira e Gustavo
Pereira da Costa, o anterior e o atual reitor, que á frente da UEMA souberam
com competência, seriedade e honestidade, darem a volta por cima, respaldados
na máxima do grande escritor paraibano, José Américo, ao dizer que “voltar é
renascer e no caminho da volta ninguém se perde.
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