PARABÉNS ITAPECURU MIRIM
Jucey
Santana
O
município de Itapecuru Mirim, até receber o status de cidade, ocorrido em 1870,
teve em sua historia várias fases administrativas, que mostram a sua
evolução ao longo do tempo. As
mais importantes foram as seguintes: Instalação da Freguesia (1801), Fundação
da Vila (1818), Criação da Comarca (1835) e Titulo de Cidade (1870).
As
povoações, ou as freguesias, menor divisão territorial administrativa do ponto
de vista da igreja, de acordo com o
aumento populacional e a independência política e financeira, eram elevadas a
vilas e depois recebiam o título de cidade de acordo com o sistema
administrativo português.
O
titulo de cidade no Brasil Colonial, era mais honorífico e pouco acrescentava em termos de organização
administrativa. Por isso, equivocadamente, muitos municípios comemoram os
seus aniversários nas datas que recebiam o título de cidade, o que não é correto, na realidade alcançaram a
autonomia política-administrativa por ocasião
da criação oficial da vila, que
marcava e a emancipação com a criação da
Casa da Câmara e a eleição dos
seus mandatários.
Portanto, em 20 de outubro de 2018 é a data que se comemora os 200 de fundação
da Vila de Itapecuru Mirim (Itapucuru
Mirim), pelo Alcaide Mor José Gonçalves da Silva ocasião da sua independência
política, com a indicação de um gestor
local, eleito pelo povo (Presidente da Câmara e vereadores ).
Na
época que a corte portuguesa estava no Brasil fugindo de Napoleão
Bonaparte que ameaçava invadir Portugal
(1808 – 1821), o riquíssimo português José
Gonçalves da Silva, em troca de
muitos agrados à Família Real,
solicitou que o Regente Dom João
VI lhe outorgasse o título de nobreza de Alcaide Mor. O Rei concordou e em 07 de novembro de 1817 enviou Provisão Régia com a seguinte condição: que o português Jose
Gonçalves fundasse a Vila, povoação em plena
expansão graças à prosperidade dos proprietários de terras com plantio de
algodão, arroz e engenhos de cana de açúcar e
criadores de gado, na sua maioria amigos e parceiros de negócios do
português, sob a seguinte condição: que
o proponente construísse uma Cadeia
Pública, Casa da Câmara, instalação de 30 casas para casais brancos, um
Pelourinho, oficinas além da
aquisição das terras para a fundação da
Vila.
Fundação
Solene da Vila
Segundo César Marques no Dicionário
Histórico-Geográfico da Província do Maranhão, “Em 20 de outubro de 1818, presentes o
Desembargador, Ouvidor e Corregedor da Comarca de São Luís do Maranhão,
Francisco de Paula Pereira Duarte, o Alcaide-Mor José Gonçalves da Silva,
representado por seu procurador Antônio Gonçalves Machado, o clero, a nobreza e
o povo, levantou-se o pelourinho, deram-se vivas do estilo, criaram-se por
eleição de Pelouro, dois juízes ordinários, um juiz de órfãos, os vereadores e
a criação das oficinas, instalando-se
assim solenemente a Vila de Itapecuru-Mirim”. A Vila foi fundada, porém
José Gonçalves não cumpriu todas as exigências da Provisão Régia de 7 de novembro de 1818. Ele só doou as terras e as legalizações de
praxe. O rei não aprovou o ato, porém desculpou o ouvidor da comarca por ter
antecipado o evento, dando um prazo de dois anos para atendê-las, sob pena de
José Gonçalves da Silva perder as regalias do título de Alcaide Mor.
Infelizmente o português faleceu três
anos depois sem cumprir o acordo na sua totalidade e seus herdeiros não
honraram os compromissos assumidos, porém o titulo de nobreza de Alcaide Mor de Itapecuru Mirim, foi-lhe
outorgado e posteriormente repassado aos herdeiros.
José Gonçalves da Silva, fundador da Vila de Itapecuru Mirim, foi
negociante muito bem sucedido. Ele vendia suas mercadorias por preços abaixo
dos concorrentes, monopolizando todo o comércio, razão da alcunha de Barateiro. Foi construtor naval, latifundiário, importador e exportador, criador de gado,
coronel de Milícias, Cavaleiro Professo
da Ordem de Cristo, fidalgo da Casa
Real, Brigadeiro, governador da
Fortaleza de São Marcos, Senhor do Margado
da Quinta das Laranjeiras e Alcaide-Mor
do Itapecuru-Mirim.
Prosperidade da Vila de Itapecuru Mirim
A
Vila de Itapecuru Mirim foi muito Próspera, ficando por muito tempo na
categoria de terceira no Maranhão só perdendo para São Luís e Caxias.
A Vila teve seu apogeu entre 1818 a 1870 com muitos negociantes,
fidalgos da Casa Real, fazendeiros de algodão e cana-de açúcar, comendadores,
conselheiros Imperial, jornalistas, poetas, políticos importantes e ronomados
professores, grandes feiras de gado e
escolas mistas (brancos e negros).
Pela
Lei nº 7 de 20.4.1835 teve instalado a comarca de primeira entrância e em
23.7.1850 foi elevada a 2ª Instancia. Infelizmente em 09.05.1923 perde a
categoria de Comarca pela Lei 1.120/MA., sendo restabelecida somente dez anos
depois em 1933.
Elevação ao status de cidade
Em
21 de julho de 1870 recebeu o status de
cidade pela Lei Provincial nº 919, no
governo de José da Silva Maia.
O
aniversário de Itapecuru Mirim era comemorado anteriormente no dia 25 de
setembro, a data da criação da Freguesia. Pela Lei nº 48 de 4.10.1927 a antiga
rua Cayana passou a ser denominada de Rua 25 de Setembro, em alusão a
instalação da Freguesia. A rua em referencia é a atual Avenida Brasil.
A Festa do Arroz e o Aniversário da Cidade
Em Itapecuru
Mirim desde a ditadura de 1930 não se comemorava o aniversario da cidade,
primeiro pela repressão e depois pelo fato da população ter poucas informações
concretas da historia do município. A partir dos anos 70 alguns estudantes
universitários com o apoio dos
professores, Natinho Ferraz e Luis
Bandeira elaboraram um primeiro estudo em monografia sobre Itapecuru e em 1992 outro grupo de universitários fizeram um trabalho mais bem elaborado que
serviu de parâmetros para o despertar da nossa história.
Com a vinda para Itapecuru Mirim do agricultor
Luis Arcangelo Stafanelo em final dos anos 60, de
espírito empreendedor, oriundo de Palmeira das Missões, Rio Grande do Sul,
houve uma mobilização da classe política,
empresarial e cultural na cidade.
Por iniciativa própria, fundou a Loja
Maçônica Duque de Caxias e foi um dos fundadores do Lions Club do Distrito 26,
em 1981, tendo c por companheiros Raimundo Nonato Silva (Nonatinho), Mário
Rogério Araújo, Lécio, Benedito Laborão, Leônidas Amorim, José Ribamar Abreu,
Alcione Vasconcelos, Boanerges Bezerra, Manir Amorim, Magno Cirino, Expedito
(Emater) Benedito Lima e outros
empresários itapecuruenses.
Saudoso de sua
terra o empresário Luís Gaúcho, como ficou conhecido, que chegou a receber o
título pelo Ministério da Agricultura em
1980 de maior produtor de arroz do Brasil,
se ressentia da falta de memória da cidade que escolheu para constituir
sua família e trabalhar, já que na sua terra, Palmeira das Missões, havia
muitos festivais por ocasião aniversário da cidade, então resolveu
mobilizar seus pares para fazer a Festa do Arroz com o objetivo de mostrar a
produção agrícola da região e agregar ao aniversario da cidade
já que a única informação que obteve foi a do status da cidade que
coincidia com as festividades do Lions.
Em 1983 foi realizada a primeira Festa do Arroz que contou com a
presença do governador, muitos políticos, empresários do setor agrícola e a
eleição da primeira Rainha do Arroz e desfiles de implementos agrícolas.
A Festa do Arroz aconteceu durante 15
anos, organizada pelo Lions Club, evento que trouxe muito desenvolvimento para
região.
Com o
encerramento das atividades do Lions Clube em Itapecuru a prefeitura manteve a
comemoração do aniversário do status de cidade em 21 de julho.
Cabe aos
itapecuruenses o sublime dever de amar sua terra, zelando pela sua memória que
e patrimônio, para transmitir de geração em geração como testemunho da bela
historia, com centenas de vultos
ilustres que fizeram sua grandeza e nos orgulha.
História encantadora. Motivação mais que necessaria para sentir orgulho de ser Itapecuruense.
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