Benedito
Buzar
Na imprensa maranhense, a trajetória de Raimundo
Nonato Coelho Nahuz, conhecido por Zuzu Nahuz, foi marcada pelo brilhantismo e
pelo sucesso profissional. Nascido em Itapecuru-Mirim (23 de julho de 1918),
era bem moço quando começa a escrever em jornais de São Luís, destacando-se A
Notícia, do padre Astolfo Serra, Diário do Norte, do escritor Antônio Lopes, e
A Pacotilha, do desembargador Constâncio Carvalho.
Na década de 1940, recebe convite do presidente do
Partido Republicano, Marcelino Machado, para trabalhar em O Combate, que fazia
oposição ao situacionismo.
Depois dessa temporada oposicionista, Zuzu, nos
anos 1950, é contratado pelo jornal A Tarde, de linha política governista,
montado e dirigido pelo próprio senador Vitorino Freire, para combater os que
tentavam derrubá-lo do poder.
No começo dos anos 1960, com a experiência
adquirida nos jornais em que prestou serviços, parte para uma empreitada
corajosa em termos profissionais e abrir um caminho novo no panorama
jornalístico maranhense. Com a cara e a coragem funda um jornal com o
nome de Correio do Nordeste, para circular mensalmente.
Em curto espaço de tempo, o jornal de Zuzu impôs-se
na cidade por trazer em suas páginas farto e variado noticiário, local,
nacional e internacional, ser graficamente bem produzido e dotado de um corpo
redacional de invejável qualidade intelectual.
Com essa configuração, o Correio do Nordeste caiu
no gosto popular e dobrou a tiragem e a circulação, requisitos que o levaram a
passar de mensal a quinzenal e depois a semanal.
Essa fulminante ascensão, em tempo inimaginável,
fez com que Zuzu, um homem determinado e obstinado, sonhasse com um futuro mais
radioso para o seu jornal, no seu desejo de transformá-lo em diário.
No afã de alcançar esse objetivo, prepara-se para
conseguir recursos e dar um salto na sua vida de dono de jornal. Nesse sentido,
apresenta a um estabelecimento bancário um projeto para adquirir equipamentos
gráficos modernos, a fim de oferecer ao povo maranhense um veículo de
comunicação impresso, que se ombreasse aos melhores do país.
Quando tudo parecia caminhar sem atropelos, eis que
o destino apronta uma cilada àquele homem de fé inquebrantável. A 8 de
janeiro de 1965, a morte insidiosamente o transporta para outro plano de vida,
impedindo-o de realizar o projeto que seria o coroamento glorioso de sua trajetória
jornalística
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