segunda-feira, 23 de julho de 2018

UM SÉCULO DO JORNALISTA ZUZU NAHUZ



                  

Benedito Buzar

Na imprensa maranhense, a trajetória de Raimundo Nonato Coelho Nahuz, conhecido por Zuzu Nahuz, foi marcada pelo brilhantismo e pelo sucesso profissional. Nascido em Itapecuru-Mirim (23 de julho de 1918), era bem moço quando começa a escrever em jornais de São Luís, destacando-se A Notícia, do padre Astolfo Serra, Diário do Norte, do escritor Antônio Lopes, e A Pacotilha, do desembargador Constâncio Carvalho.

Na década de 1940, recebe convite do presidente do Partido Republicano, Marcelino Machado, para trabalhar em O Combate, que fazia oposição ao situacionismo.

Depois dessa temporada oposicionista, Zuzu, nos anos 1950, é contratado pelo jornal A Tarde, de linha política governista, montado e dirigido pelo próprio senador Vitorino Freire, para combater os que tentavam derrubá-lo do poder.

No começo dos anos 1960, com a experiência adquirida nos jornais em que prestou serviços, parte para uma empreitada corajosa em termos profissionais e abrir um caminho novo no panorama jornalístico maranhense.  Com a cara e a coragem funda um jornal com o nome de Correio do Nordeste, para circular mensalmente.

Em curto espaço de tempo, o jornal de Zuzu impôs-se na cidade por trazer em suas páginas farto e variado noticiário, local, nacional e internacional, ser graficamente bem produzido e dotado de um corpo redacional de invejável qualidade intelectual.

Com essa configuração, o Correio do Nordeste caiu no gosto popular e dobrou a tiragem e a circulação, requisitos que o levaram a passar de mensal a quinzenal e depois a semanal.

Essa fulminante ascensão, em tempo inimaginável, fez com que Zuzu, um homem determinado e obstinado, sonhasse com um futuro mais radioso para o seu jornal, no seu desejo de transformá-lo em diário.

No afã de alcançar esse objetivo, prepara-se para conseguir recursos e dar um salto na sua vida de dono de jornal. Nesse sentido, apresenta a um estabelecimento bancário um projeto para adquirir equipamentos gráficos modernos, a fim de oferecer ao povo maranhense um veículo de comunicação impresso, que se ombreasse aos melhores do país.

Quando tudo parecia caminhar sem atropelos, eis que o destino apronta uma cilada àquele homem de fé inquebrantável.  A 8 de janeiro de 1965, a morte insidiosamente o transporta para outro plano de vida, impedindo-o de realizar o projeto que seria o coroamento glorioso de sua trajetória jornalística

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