25.9.1801
Jucey
Santana
A Ribeira
do Itapecuru passou a ser explorada desde o século XVII, com instalações de
várias fazendas de produção de arroz, algodão e criação de gado, o que
determinou o seu progresso. O antigo Arraial da Feira era um povoado em fase de
contínuo desenvolvimento pela sua privilegiada posição geográfica e por ser um
importante encontro de comerciantes dos povoados e vilas vizinhas e das
províncias do Piauí e Ceará, que negociavam suas boiadas e produtos agrícolas,
constituindo um grande centro comercial na região, sendo palco de grandes
feiras e exposições de gado bovino e cavalar desde o século XVIII.
Evolução
Administrativa
No início
do século XIX, era a região econômica mais importante da Província,
concentrando 2/3 de toda a produção agroexportadora, segundo a pesquisadora
Antônia Mota.
O município
de Itapecuru Mirim, até receber o status de cidade, ocorrido em 1870,
teve em sua história várias fases administrativas, que mostram a sua evolução
ao longo do tempo. As mais importantes foram as seguintes: instalação da
Freguesia (1801), fundação da Vila (1818), criação da Comarca (1835) e titulo
de Cidade (1870).
Contexto eclesiástico
Em 1677 foi
instalada a Diocese de São Luís do Maranhão, abrangendo toda a Amazônia,
subordinada a Lisboa (Portugal). A primeira divisão eclesiástica ocorreu em 4
de março de 1719, com a criação do Bispado do Grão-Pará, desmembrado do
Maranhão.
Toda a
região que margeava o rio Itapecuru na época da colonização recebia a
denominação de Ribeira do Itapucuru Grande, mais tarde Rosário do Itapucuru
Grande, por ser Nossa Senhora do Rosário, venerada padroeira de toda a ribeira
do rio. Em razão da colonização portuguesa, a Igreja Católica fez parte
relevante na trajetória histórica do Estado do Maranhão.
Instalação da Freguesia do Itapecuru Mirim
Diante do
avanço populacional do Arraial da Feira, com grande fluxo de comércio, intenso
tráfego fluvial e inúmeros engenhos de cana-de-açúcar, algodão e arroz, seus
proprietários, com muitos escravos, construíam capelas com invocação de seus
santos de devoção para atos litúrgicos. Para atender aos inúmeros engenhos,
havia os desdobramentos das desobrigas[1]
pelos clérigos da Freguesia de Nossa Senhora da Vitória (na capital), ou de
Rosário, para ministrar os sacramentos de batismos e casamentos dos escravos e
celebrar seus padroeiros, gerando a necessidade de dotar a povoação de uma
estrutura administrativa mais organizada, do ponto de vista eclesiástico.
Por
Provisão Régia de 25 de setembro de 1801 foi criada no Arraial da Feira a
Freguesia[2] de Itapecuru Mirim sob as
bênçãos de Nossa Senhora das Dores, desmembrada da Freguesia de Nossa Senhora
do Rosário.
A Freguesia
se limitava ao sul com Coroatá, ao norte, pelo lado direito, com São Miguel dos
Índios, esquerda por Rosário, ao leste com São Sebastião de Vargem e a oeste
com Santa Maria de Anajatuba.
Do livro, Sinopse da História de Itapecuru Mirim (2018), pag. 20, de autoria
de Jucey Santan
[1] Desobriga, eram as jornadas
dos padres e auxiliares ás regiões de difícil acesso para ministrar sacramentos
e evangelizar.
[2]
Freguesia, é o nome da menor divisão administrativa
em Portugal, implantada no Brasil colonial, semelhante a paróquia em outros
países. Tratava-se de subdivisões obrigatórias da Arquidiocese. A Freguesia de São Sebastião foi criada pela Lei Provincial nº
13, de 8.3.1835.
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