Por Nato Lopes
Maneco
veio ao mundo
Nascido entre alamedas
Das palmeiras babaçu
Pras bandas de Laranjeiras
Bem perto de uma ribeira
Do rio Itapecuru
A casa era coberta
De folhas de palmeiras
As paredes eram talos
Porta e janela esteiras
Trabalhadas com as palmas
De majestosas palmeiras
Nascido entre alamedas
Das palmeiras babaçu
Pras bandas de Laranjeiras
Bem perto de uma ribeira
Do rio Itapecuru
A casa era coberta
De folhas de palmeiras
As paredes eram talos
Porta e janela esteiras
Trabalhadas com as palmas
De majestosas palmeiras
Sua mala
era um cofo
Em que as roupas guardava
Pra ventar fogo nas trempes
Maneco tinha um abano
Abano cofinho e cofo
Tudo feito da palmeira
Pra pescar tinha o cofinho
Pra levar gongo e minhoca
E nele trazer os peixes
Pra sua filha Maroca
Tratar dos peixes e a Noca
Sua mulher cozinhar
Em que as roupas guardava
Pra ventar fogo nas trempes
Maneco tinha um abano
Abano cofinho e cofo
Tudo feito da palmeira
Pra pescar tinha o cofinho
Pra levar gongo e minhoca
E nele trazer os peixes
Pra sua filha Maroca
Tratar dos peixes e a Noca
Sua mulher cozinhar
O arroz
socava cedo
Na cantiga do pilão
Saía logo em seguida
Com machado e com macete
Pra quebrar coco na mata
Tirar os caroços dele
Vender uns quilos pro homem
Que é o dono das terras
E trazer sabão querosene
Café açúcar e cachaça
E fumo para esquecer
Aquela vida sem graça
Na cantiga do pilão
Saía logo em seguida
Com machado e com macete
Pra quebrar coco na mata
Tirar os caroços dele
Vender uns quilos pro homem
Que é o dono das terras
E trazer sabão querosene
Café açúcar e cachaça
E fumo para esquecer
Aquela vida sem graça
Separar
logo uns caroços
Comer com farinha d’água
Beber água do riacho
Para minorar a fome
Fazer do coco o azeite
Tirar o leite do coco
Pra botar naquele peixe
Que agora vai para o fogo
Feito naquele carvão
Que é todo vegetal
Do coco que foi quebrado
Dentro do babaçual
Comer com farinha d’água
Beber água do riacho
Para minorar a fome
Fazer do coco o azeite
Tirar o leite do coco
Pra botar naquele peixe
Que agora vai para o fogo
Feito naquele carvão
Que é todo vegetal
Do coco que foi quebrado
Dentro do babaçual
A cama de
Maneco
Era forrada de esteira
De palhas secas quebradas
Improvisava o colchão
À noite no terreiro
Sacolejando um pandeiro
Dançava a dança do coco
Com a mulher e a filha
Jantava farinha e ovo
Depois do café dormia
Pra acordar no outro dia
E começar tudo de novo.
Era forrada de esteira
De palhas secas quebradas
Improvisava o colchão
À noite no terreiro
Sacolejando um pandeiro
Dançava a dança do coco
Com a mulher e a filha
Jantava farinha e ovo
Depois do café dormia
Pra acordar no outro dia
E começar tudo de novo.
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