quarta-feira, 29 de junho de 2016

MORCEGO



                                                     Astor Raposo

Via-te sempre no meu quarto voando,
Como a fugir das fúrias hibernais,
Jamais saber buscara, sim jamais,
Se era o destino teu nobre ou nefando.

Contra ti revoltavam os meus pais,
Eu era criança. E assim tudo ignorando,
Como podia compreender, e quando,
A causa mater,  de repulsas tais?

Hoje, porém, morcego desgraçado!
Após de muito haver em ti pensado
É que esta ideia sobre ti me veio:

Em teu voejar inquieto e impaciente,
Encarnas o papel de muita gente
Que vive de sugar o sangue alheio.  

Astor Raposo – o pseudônimo  do professor e poeta Astor Cruz Serra patrono da cadeira nº 9 da Academia          Itapecuruense de Ciências Letras e Artes - AICLA

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