Blandina Santos
Tu que de ramo em ramo
saltitavas,
Alheio inteiramente ao que
fazias;
Agora, um fruto sápido comias,
Agora, alegre, um roseiral
beijavas;
E depois, como um trânsfuga,
tomavas
A direção d'um lago, onde bebias;
Gorjeavas contente, azas batias,
Quando nesse Crystal tu te
banhavas;
Inquieto, travesso, sempre
estavas
E, cantando melódico, saudoso,
Tam meigo e puro, o puro céu
fitavas.
D'este azul nunca mais voltaste a
ver-me.
Porque vieste, oh ! pássaro sem
pouso,
De magoa, o livre coração
encher-me ?
Do da 2ª edição da Coletânea, Sonetos
Maranhenses pag. 102 (1923). Blandina Eloe dos Santos, itapecuruense,
professora, poetisa e musicista é patrona da cadeira 02 de membros correspondentes da Academia
Itapecuruense Ciências, Letras e Artes- AICLA.
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