Vale de Carvalho
Se é triste na
prisão negra horrorosa,
Viver-se sempre
a sós e abandonado;
E quebrando a
solidão, descompassado,
Erguer-se b
suspirar de ave saudosa;
Se é triste na
mudez da noite umbrosa,
De o rijo bronze
ouvir-se o som pesado,
Carpindo a infausta
sorte do finado,
De quem breve
existência foi ditosa;
Se é triste o
turvo mar e céus nublosos
De tempestade
ver-se entre os horrores,
Bramidos e
clarões soltando irosos;
Mais triste é
ver teus olhos sedutores
Baixarem-se,
negando-me impiedosos,
Um suave volver,
volver de amores.
Da coleção de poemas Parnaso Maranhense, pag. 146 (1861).
Patrono da cadeira nº 5 de membros
correspondentes da AICLA, Raymundo Alexandre Valle de Carvalho, itapecuruense,
foi juiz, delegado e poeta – 1831/1859.
Um belo soneto lírico, em versos decassílabos heroicos, com exceção do 3º do primeiro quarteto.
ResponderExcluir