Centenário de uma guerreira.
Jucey Santana
Maria José Lopes Martins, mais conhecida como “Maria José Preta”, nasceu em
Itapecuru Mirim no dia 8 de novembro de 1917. Aprendeu as primeiras letras com
a mãe Paula Lopes, que estudara no
Estado do Amazonas e em São Luís(MA).
Autodidata, dedicou-se ao magistério como uma missão,
acolhendo em casa dezenas de crianças e adolescentes que os pais lhe
entregavam, para que aprendessem as primeiras letras e prendas artesanais. Depois
de 45 anos de idade e muitos anos exercendo a profissão de professora leiga
completou o ensino médio via curso supletivo.
Muito conceituada e respeitada pelos métodos severos
que aplicava, (metodologia aceitável na época), ao longo de sua vida recebeu
muitos louvores de seus ex alunos que se destacaram profissionalmente.
Era católica fervorosa, consagrando-se a Nossa Senhora das Dores, com
quem procurava identificar-se, inclusive, nas vestes em cores azul e branca.
Afrodescendente, não só foi representante da mulher
negra, mas também, pelo caráter que moldou, representou a mulher trabalhadora itapecuruense
durante muitas décadas. Além da escola particular na sua residência, para
reforço escolar e alfabetização, foi professora municipal com lotação na Escola
João da Silva Rodrigues.
Pelo seu mérito como professora e exemplo de mulher determinada
na conquista de seus objetivos foi
escolhida para patronear a cadeira 23 da Academia Itapecuruense de Ciências,
Letras e Artes – AICLA, tendo por representante o sobrinho, professor e poeta Raimundo Nonato Lopes – Nato Lopes.
Do livro Itapecuruenses Notáveis
(2016) pag. 220, autoria de Jucey Santana.
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