A maior festa registrada no município
Jucey
Santana
Navegação Fluvial
O
transporte para toda a ribeira do rio Itapecuru, desde a sua colonização era
via o rio. O auge da navegação deu-se no século XIX com a prosperidade da
região, o que gerou a necessidade do escoamento da produção do algodão, arroz,
produtos da cana-de-açúcar e o intenso trânsito
dos passageiros, entre eles negociantes, barões, viscondes, conselheiros,
comendadores, enfim, a nata da fidalguia da época em constante deslocamento das
suas propriedades rurais para a capital da província onde tinham negócios ou exerciam
cargos públicos. A navegação fluvial levou desenvolvimento a todo o
interior do Maranhão, marcando uma época importante em nossa história.
Diante do
intenso trânsito fluvial foram criadas várias companhias de vapores para
atender a demanda das vilas da Ribeira. Os vapores chegavam até Caxias,
seguindo adiante em pequenos barcos,
porque o trecho possuía várias cachoeiras e pequenas corredeiras.
Com a Lei nº 27, de 15 de agosto de 1835, foi
iniciado o trabalho, pelo governo da Província, de dinamitar as pedras das
cachoeiras que atrapalhavam a navegação do rio.
Em 14 de junho de 1840, o presidente da
Província, Luis Alves de Lima, viajou a bordo do vapor Fluminense para a Vila
de Itapecuru Mirim, a fim de solucionar a situação da guarnição militar,
sublevada por falta de pagamento de soldo e fardamento, e passou 16 horas de
viagem. Reconhecendo a necessidade da melhoria da navegação fluvial, o
presidente pediu à Assembleia privilégios às companhias privadas que quisessem
explorar a navegação. Somente em 1849 foi autorizado um vultuoso empréstimo
para a melhoria da navegação no rio Itapecuru. Caxias era o ponto final da
linha, com escala em Rosário, Itapecuru Mirim, Coroatá e Codó, intensificando
mais o comércio entre o interior e a capital.
Estrada de Ferro e Bonde
Até o
início do século XX o rio Itapecuru era a principal via de escoamento da
produção regional e meio de transporte. Com a construção da Estrada de Ferro
São Luís a Teresina, paralela ao rio, que teve sua primeira viagem em 31 de outubro de 1920, o rio
foi aos poucos perdendo a função. A partir de então o transporte ferroviário
passou a ser a principal via de acesso dos moradores da Ribeira do Itapecuru às
capitais dos Estados do Maranhão e Piauí durante 50 anos.
Em 1º de
janeiro de 1925, no final do governo de José Carlos Bezerra (Zuza Bezerra), foi
inaugurado o bonde de tração animal, para transportar passageiros e cargas da
margem do rio à estação ferroviária.
Balsas e Pontes
A travessia
na época era feita por balsas ou pontões, já que a área urbana de Itapecuru
Mirim ficava do lado oposto à estação ferroviária.
Em 9 de
agosto de 1948 foi inaugurada a ponte flutuante sobre o rio Itapecuru Mirim,
por iniciativa da Associação Comercial e
Industrial de Itapecuru Mirim, tendo por presidente José Alexandre de Oliveira
com apoio do governador do Estado, Sebastião Archer da Silva e do prefeito
Miguel Fiquene.
A ponte
favoreceu o acesso à estação ferroviária, já que a balsa do DER se encontrava
em mau estado de conservação e praticamente sem utilidade.
A inauguração da Ponte de Concreto
Um dos
acontecimentos mais festivos da história
de Itapecuru Mirim foi 1º de julho de 1956, domingo, por ocasião da inauguração
da ponte de concreto sobre o rio, medindo 106 metros e 90 centímetros, antigo
anseio da população.
O evento
grandioso foi organizado pelo Departamento de Estradas e Rodagens-DER, através
do seu diretor-geral Ruy Mesquita, pela Construtora Cumplido Santiago & Cia
e a Prefeitura Municipal de Itapecuru Mirim, por intermédio do prefeito Cineas
Santos. Somente pessoas previamente convidadas
e portando senhas individuais
poderiam se aproximar da ponte e das autoridades.
Depois da
bênção, que ficou a cargo do padre José Ribamar Carvalho e do corte da fita
pelo governador Eurico Ribeiro, antecedido de discurso, fizeram uso da palavras
várias autoridades. Estiveram presentes: o arcebispo Dom José Medeiros Delgado,
o vice-prefeito, o acadêmico de Direito José Ribamar Fiquene, o juiz de
Direito, Dr. Caetano Jorge, o professor e político Leonel Amorim, o comerciante
e político Raimundo Álvaro Mendes, o pároco José Albino Campos, o presidente da
Associação Comercial, José Alexandre Oliveira, o promotor público Dr. Francisco
Chaves, o imortal da Academia Maranhense de Letras, Ribamar Pereira, o tabelião
Benedito de Jesus Nascimento, o engenheiro Francisco Xavier de Sousa, o
deputado Francisco das Chagas Araújo, o professor João Silveira, prefeito de
São Luís, José Ramalho Burneth, o delegado regional do Trabalho, Guilherme
Rocha Salgado,o diretor regional dos Correios e Telégrafos, Diderot Bitencourt,
delegado de polícia, Antônio Penha, o ex-governador Eugênio Barros,
representante do DNER, engenheiro Fernando Xavier, vários deputados, empresários locais e vereadores.
A imprensa
maranhense esteve presente. Representando o jornal Combate, Walney
Milhomem, Revista Rodoviária, José Resende, pelo Jornal do Povo,
Waldemar Santos, Diários Associados, J. Evandro da Silva, representando
o Jornal do Dia, Moreira Serra e Ribamar Moreira, o Jornal Pequeno enviou
Cunha Santos, Gerson Tavares representou a
Rádio Ribamar e a Difusora foi
representada por Moacir Neves. Às doze
horas, depois dos discursos, foram liberados a banda de música e o foguetório,
tendo sido contratado o rosariense Casimiro Fogueteiro, que ao soltar os rojões
fabricado pelo próprio, causou um sério incidente, incendiando alguns casebres
cobertos de palhas da beira do rio.
Comemoração e Torneio de Futebol
Depois do
evento de inauguração o engenheiro Luís Magno Portela, superintendente da
Construtora Cumplido Santiago & Cia, responsável pela obra, e o engenheiro
Ruy Mesquita, do DER, convidaram todos para um lauto churrasco previamente
organizado na localidade Bona, próximo ao povoado Cigana, sendo colocados à
disposição os carros da construtora e do DER.
Do volta,
às 16 horas, foi realizado um torneio futebolístico amistoso entre o Maranhão
Atlético Club-MAC e a agremiação Vitória do Mar, que disputaram a Taça Ruy
Mesquita, saindo vitoriosa a equipe do Vitória do Mar marcou dois gols, pelos
atletas Vilmar e Benedito. Nélio do MAC marcou um gol de pênalti. A arbitragem
ficou por conta do capitão Emílio Vieira.
O troféu foi
entregue por Graciete Cassas, eleita a
madrinha do campeonato.
O evento
encerrou-se com uma festa dançante no edifício da Prefeitura Municipal para a
sociedade e visitantes convidados e uma
festa popular, promovida pela empresa de engenharia, para os operários e a
população, aberta ao público, com muito churrasco.
Ponte Abdala Buzar Neto
Em 26 de
abril de 2005, pela Lei Municipal
920/2005 ponte passou a denominar-se de Abdala Buzar, projeto de iniciativa
do vereador Rogerio Maluf, na gestão prefeito
Antônio da Cruz Filgueira Júnior, o Júnior Marreca.
Do livro Sinopse da História de Itapecuru Mirim (2018), pag. 84, de autoria de Jucey Santana.
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