*Clores
Holanda
O vazio da saudade descobriu a chave de um segredo
entre papeis, objetos e frascos de perfumes abertos à procura de um tempo
passado. A porta abriu. Vejo caixas e adereços deixados guardados como se ali estivessem
protegidos do meliante.
Viajo na materialização de um espírito que se
libertou as asas da imaginação como se fosse um beija-flor buscando extrair o
néctar da flor. Não sinto mais o cheiro. O prazo se esgotou. As lembranças
guardadas quase nada restou. O prazo de validade acabou.
Na tentativa de conseguir entre giros e combinação
de números a porta se escancara. Tenho a sensação saudosa como se ali fosse
encontrar memórias de Zazá. Fico no vácuo, a cartada acabou. Restou o amor.
Tudo se transformou. A esperança reluz e se torna luz.
Trancafiada no escuro da expectativa vou ao encontro
da liberdade como um pássaro sem asas. Quero voar, voar e dançar no ritmo do
bambolê. Sonhar e acordar, acordar e sonhar. Viver sem sentir o vazio da
saudade. Não quero guardar segredos. Vivo a liberdade.
São
Luís, 24 de abril de 2019.
*Clores
Holanda da Silva, natural de Presidente Dutra (MA), é cronista e poeta, membro
da Academia Ludovicense de Letras - ALL e
do Instituto Histórico e Geografico do Maranhão
IHGMA.
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