As
terras que compõem atualmente o Povoado Tingidor pertenciam às Sesmarias de São
Benedito e Contendas, que rementem ao período Colonial do Brasil e foram
deixadas pelo seu senhor aos escravos e moradores da região. Um desses
moradores (herdeiro) que foi possível catalogar o seu nome é o Sr. Luís Paulo,
que teria chegado à região do lugarejo lá pelo fim do século XIX. As terras da
comunidade pertencem atualmente ao Sr. Luís Cecílio de Paulo Carvalho, que é
filho do Sr. Luís de Pulo, sendo que o primeiro afirma ter nascido na
comunidade e ter mais de oitenta (80) anos de idade.
Além,
disso existem mais de cento e setenta (170) famílias, totalizando quase mil
(1.000) moradores residindo em uma área aproximada de trezentos (300) hectares,
que está localizada a aproximadamente quarenta e dois (42 km) quilômetros da
sede do Município.
Porém,
há fortes indícios que esta localidade era rota de passagem e de descanso de
viajantes entre a Vila da Manga (atual Nina Rodrigues) e a Vila do
Itapecuru-Mirim, sendo que os viajantes pegavam os vapores ou gaiolas ou
pequenas canoas, no Povoado Gaiola Grande. O Historiador Cezar Marques cita em
seu Livro intitulado: Dicionário
Histórico e Geográfico da Província do Maranhão a existência do Povoado
Gaiola e menciona que o mesmo foi palco de batalhas durante o período da
Balaiada em 1840, fazendo do Povoado Tingidor rota de fuga ou de esconderijo
dos rebeldes da época.
A
origem do nome Tingidor é um pouco confusa e feita por deduções e historias
ventiladas pelos moradores ao longo dos anos. Contudo, a teoria mais aceita
seria esta: até o início da década de setenta (70) do século XX os moradores do
interior do Maranhão por falta de hospitais e médicos tratavam dos seus
doentes, com a medicina tradicional e era bastante comum quando um morador
adoecia e ficava por vários dias doentes, os seus familiares e os vizinhos
começavam a preparar o seu velório e a guardar (vela-lo ainda vivo) o doente,
já que supostamente, quando se tratava dos moradores mais velhos, os mesmo
conheciam o dia, de sua morte. Neste momento, moradores das localidades
vizinhas ao povoado em tela e do próprio local se serviam das seguintes
plantas: Paruru (a casca), Goiaba-Araça, Murici de Capote, Angelim e Jenipapo,
que eram socadas dentro de um pilão adicionando água durante a socagem. O sumo
(liquido) deste processo era colocado em vasilhas onde as roupas ficavam
mergulhadas por vinte e quatro horas, após todo este processo no dia seguinte
as roupas eram sujas com uma lama, que existia próximo ao um poço dentro do
Satuba (áreas alagadas cheias de juçaras e buritis), que cerca o povoado. Todo
este processo tinha a finalidade de deixar as roupas pintadas da cor preta, que
eram tradicionalmente utilizadas nos atos fúnebres. Fazendo, desta a teoria
mais aceita pelos moradores da localidade.
Aspectos Gerais:
1.
A representação da comunidade é feita
por meio de três associações locais, que são, a saber: Clube de Mães,
Associação de Moradores e a Associação dos Produtores Rurais;
2.
A geração de renda local é feita a
partir do trabalho rural, por meio de roças tradicionais, aposentados, Bolsa
Família, extrativismo do babaçu, juçara, buriti, caça e pesca;
3.
Á
comunidade é predominantemente cristã dividindo-se entre católicos e
protestantes. Contudo, como de costume as religiões africanas coexistem em
harmonia;
4.
As moradias melhoraram substancialmente,
já sendo grande o número de residências de alvenaria, mas ainda é possível
observar casas de taipa cobertas de telha ou apenas taipa e palmeira de babaçu;
5.
A comunidade possui dois (02) prédios
escolares, que atende os moradores de toda a região, formando o alunado da
educação infantil até a de nível médio;
6.
O atendimento médico é feito por meio do
Programa Saúde da Família e as consultas são realizadas no Posto de Saúde
local, de maneira semanal;
7.
A preservação ambiental não é feita a
contento, primeiro pela falta de informação local, segundo pela falta de
programas locais de coleta e beneficiamento dos resíduos residências;
8.
As manifestações culturais são: Dança da
Peneira, Dança do Coco, Bumba Boi, Tambor de Crioula (homenagem a São Benedito
da Casa do Formo de Santa Rita-MA), Festejo Local com utilização de Radiolas de
Reggae, Missas Católicas, Cultos Religiosos, Jogos de Futebol etc.
REFERÊNCIAS
Jucey Santana;
Professora da Comunidade,
Gracinha;
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