João Carlos
Pimentel Cantanhede
No dia 19 de agosto de 2016, saí de casa
cedo para o trabalho e, conforme havia planejado, de lá mesmo seguiria para
Itapecuru para participar do lançamento do livro Caminhos do Itapecuru
de meu amigo Tiago de Oliveira. Seria uma viagem rápida. Era um pé lá e
outro cá. No domingo seria o aniversário de meu filho.
Estava tudo planejado. Iria sozinho, no
final da tarde. Participaria do lançamento e à noite voltaria. Porém, ainda em
São Luís, tive que passar na casa de uma amiga para buscar uns personagens de
super-heróis para o aniversário de meu filho. Como eles eram bem grandes, tive
que deixá-los em minha casa, antes de viajar.
Eu sempre sonhei ser um super
herói, queria ser forte e rápido. Por falar em rapidez, o que minha esposa mais
me recomendou foi que eu não acelerasse muito na estrada.
Ao chegar em Itapecuru, a cidade já
estava abraçada pela noite e acalentada pela música do Pablo. Afinal, era
sexta-feira, e nada “melhor” que encher a cara ouvindo música para
chorar.
Finalmente cheguei ao Colégio Jesus
Maria José, local do lançamento do livro e logo avistei um super-herói, não era
o Batman, o Homem Aranha ou o Hulk,
era um super herói de verdade,
Tiago de Oliveira recebendo os convidados. O seu principal superpoder é a
coragem de ser escritor em Itapecuru. O cumprimentei. Trocamos uma meia dúzia
de palavras e entrei para falar com outras pessoas. Ou melhor, outros
super-heróis.
O auditório estava quase vazio, tinha
menos gente que no bar da esquina que tocava a tal música do Pablo. E falando
em música, o evento de Tiago era regado a música ao vivo da melhor qualidade
que se possa desejar em Itapecuru, materializada pela figura do talentoso e
também super herói, Silas
Gomes e a banda Cosme Black.
Lógico que o Silas Gomes é um dos
maiores super-heróis de Itapecuru. O cara canta e ensina música refinada numa
cidade dominada pelo forró de praça e música para chorar. Os superpoderes do
Silas são o talento, a coragem e a perseverança.
O aniversário de meu filho não saia da
minha cabeça, e assim, todos que estavam ali naquele auditório para mim eram
super-heróis, os alunos de Tiago, com o poder de sonhar e construir um futuro
melhor; os familiares com o incrível poder do afeto e apoio incondicional... quase
ia esquecendo, Tiago é casado com minha prima Fabiana, e de certo modo, posso
dizer que aquele, era para mim um evento familiar.
Havia
outros super-heróis ali presentes: Jucey Santana com sua capacidade de ação e
articulação; Josemar Lima e sua incrível sabedoria; Irmã Itelvina com sua fé e
obra educacional; o talentoso Brenno Bezerra; o “Hermes” e “Atlas” de
Itapecuru, Gonçalo Amador; a baluarte da cultura popular, Maria Sampaio; o
poeta e contista Daniel Ribeiro, o também poeta Júnior Lopes; Maria Elice
Barros, Marlon Barros; e algumas outras figuras honrosas de nossa cidade.
O
livro de Tiago agrega conhecimentos inerentes a vários aspectos do rio
Itapecuru: sociais, ambientais, históricos, literários, fauna e flora. Sem
falar na capa, que apresenta uma foto de um trecho do rio com intervenção
humana, por meio de peças de madeira que o invadem a partir do canto inferior
direito da imagem, criando um contraponto com o restante da composição ocupada
ao centro pelo leito, cuja correnteza em calmaria transmite uma leveza e cria
um relevo visual que lembram o de uma gravura de metal; e ao fundo, a margem
oposta é preenchida por uma acanhada, mas importante, mata ciliar.
Após
a boa música, as falas do autor e de alguns convidados, era hora de deixar os
super-heróis itapecuruenses e voltar pensar nos super-heróis dos quadrinhos da
festa de aniversário de meu filho. E assim, após breves despedidas, retornei
para São Luís, mais rápido que o Flash.
João carlos ando perseguindo um de teus livros "uma memória da cidade..." Acredito que tenhas escrito com Raimunda fortes será engano meu?
ResponderExcluirParabéns pela descrição da chegada na terra de Maria Sampaio e tantas outras pessoas de coração bom.
Abracos literários
r.meireles.mei@gmail.com