Por: Jucey Santana
Joaquim Vieira da Silva e Souza, filho do Coronel de Milícias Luiz Antônio
Vieira e D. Maria Clara Gomes de Souza. Nasceu em 12 de janeiro de 1800 na
fazenda Conceição, na Ribeira de Itapecuru, pertencente ao seu avô materno o
Mestre de Campo José Antônio Gomes de Sousa.
Cursou Direito na Faculdade de Leis da
Universidade de Coimbra, recebendo o grau de Bacharel em 21 de junho de 1822. De volta ao Maranhão
envolveu-se em política partidária contrária ao domínio português sendo condenado
a prisão por ordem do Governo. Pela sua
atitude ao lado dos patriotas elegeu-se em 1823, vereador da Capital. Foi
membro da Junta Governativa independente e secretário do Comando das
Armas.
Iniciou
sua carreira na Magistratura como Juiz de Fora de Fortaleza, com nomeação
imperial em 29 de novembro de 1825, acumulou o cargo com as funções de juiz de
Ausentes, Resíduos e Capelas, em alvará de 3 de agosto de 1826. Como juiz
recusou-se a entregar vultosa soma reclamada pelo pirata Lord Cochrane.
Por
decreto, em 18 de outubro de 1829, foi transferido para o Ceará, promovido para
Ouvidor Geral e Corregedor do Crime e Cível. Também foi prefeito de Fortaleza
(CE).
Em 22
de fevereiro de 1832 tomou posse no cargo de presidente da Província do Rio
Grande do Norte. Transferido para assumir a presidência do Maranhão, em 13 de
outubro, ficando no cargo até 1834. Foi
também Ministro de Estado no Gabinete de 1835, onde teve a oportunidade de
referendar a lei da criação da Academia Imperial de Medicina. Também foi
Ministro do Império, do Exército e da Marinha.
Figura
de proa no regime imperial, foi eleito deputado geral por duas legislaturas,
1834 a 1841. Indicado para senador do Espírito Santo recusou alegando falta de
idade constitucional.
Em 2 de dezembro de 1839 foi nomeado Desembargador. Da
Relação do Maranhão, tomou posse em 6 de fevereiro de 1840. Posteriormente
assumiu a Presidência do mesmo Tribunal em 1853. Ficando no cargo até 1863. Em decreto de 30 de novembro de 1850, foi
nomeado Deputado da Junta do Comércio do Maranhão, também foi Presidente da
Sociedade Algodoeira do Maranhão (1851) e Presidente da Companhia de Águas
Anil. Foi nomeado Senador do Império pelo Maranhão em 27 de setembro de 1859. Como
maçom, criou a Loja Maçônica Vera Cruz em São Luís.
Em 1º de março de
1864, recebeu mais uma a nomeação, desta feita a de Ministro do Supremo
Tribunal de Justiça (Correio Paulistano,
27.2.1864).
Em 16 de julho de 1827, aos 27 anos, casou-se com D. Colomba de Santo Antônio Gaioso,
filha do Tenente-Coronel Raimundo José de Souza Gaioso e de Ana de Souza
Gaioso.
Dentre seus descendentes, destacou-se Luiz Antônio Vieira da Silva, o Visconde
de Vieira da Silva, que foi Presidente da província do Piauí, Senador pela
província do Maranhão e Ministro de Estado, das pastas da Marinha e da Guerra e
escreveu a História da Independência da
Província do Maranhão 1822/1828.
O
Desembargador foi agraciado, por D. Pedro II, com a comenda da Ordem de Cristo,
em 1840, o título do Conselheiro do Império, em 1841, e o foro de Fidalgo
Cavaleiro em 19 de março de 1855 e membro Honorário da Academia Imperial de
Medicina. Morreu aos 64 anos, em 23 de junho de 1864.
Do
livro Itapecuruenses Notáveis (2016) de
autoria de Jucey Santana
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