Por Benedito Buzar
No dia 22 de dezembro de 1966, há 50 anos, em
solenidade realizada no auditório da Associação Comercial do Maranhão, eu
colava grau em Ciências Jurídicas e Sociais, pela antiga Faculdade de Direito
de São Luis, estabelecida e funcionando na Rua do Sol, onde ingressei em 1962,
época em que existiam apenas as Faculdades de Direito, Farmácia e Odontologia,
mantidas pelo Governo Federal, a Escola de Enfermagem São Francisco de Assis, a
Faculdade de Serviço Social e a Faculdade de Ciências Médicas, integrantes da
SOMACS ,– Sociedade Maranhense de Curso Superior, criada por Dom José de
Medeiros Delgado, que originou mais tarde a Fundação Universidade do Maranhão
até transformar-se em 1967 em Universidade Federal do Maranhão.
Em 1962, com 22 anos, obtive duas brilhantes
vitórias. A primeira, resultado do exame vestibular ao curso de Direito, com
provas escrita e oral, sendo sabatinado pelos temidos professores Fernando
Perdigão e Pedro Neiva de Santana. A segunda, decorrente do teste das urnas,
eleito deputado estadual à Assembleia Legislativa, pelo Partido Social
Progressista.
Da turma que colocou grau junto comigo, lembro de
Ana Maria Jorge, Antônio Carlos Neves, Eulina Maranhão, Ilná Vasconcelos, Jorge
Gonzalez, José de Arimatea Fonseca, Caldas Góis, José Francisco Lobato,
Guilherme Fecury, José Orlando Lima, Maria de Jesus Sousa, Maria de Jesus
Nogueira, Murilo Messeder, Nelson Reis, Petrônio Sá, Reinaldo Carneiro, Sidney
Ramos, Walter Castro, Wilmar Sá e Yolanda Neves.
Alguns, como Antônio Carlos Neves, José de Arimatea
Fonseca, Guilherme Fecury, José Orlando, Petrônio Sá e Sidney Ramos já partiram
para a eternidade; outros, contudo, não sei o que fazem e por onde andam. Dos
que exercem a profissão de advogado, restam José Francisco Lobato e José Caldas
Góis, este, chegou à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, no Maranhão.
De minha parte, confesso o arrependimento de não
ter militado na advocacia, mas conforto-me e orgulho-me de ostentar na minha
biografia o título de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais. Quem sabe se
tivesse optado pela profissão, não seria hoje um desembargador ou um promotor
aposentado.
Se não cheguei a ser um profissional da advocacia,
não foi por deficiência do curso ou incompetência dos professores da Faculdade
de Direito. Nada disso. O curso, além de bem estruturado e com disciplinas
ajustadas à realidade jurídica brasileira, era ministrado por um elenco de
mestres em sua grande maioria preparados e capazes intelectualmente de atuar na
docência de grau superior.
Não posso esquecer e até hoje guardo na memória o
nome de professores daquela magnífica Congregação, que ajudaram, pela sua
grandeza moral e intelectual, a iluminar o meu caminho e de outros bacharéis,
com ensinamentos que nortearam as nossas vidas para o Direito se impor como
Ciência.
Para homenageá-los, com respeito e admiração, os
nominarei individualmente: Fernando Perdigão, Pedro Neiva de Santana, Antenor
Bogéa, Doroteu Soares Ribeiro, Mário Santos, Domingos Vieira Filho, José
Joaquim da Serra Costa, José Maria Ramos Martins, Clodoaldo Cardoso, Tácito
Caldas, Orlando Leite, Wady Sauaia e Helena Caldas.
Coincidentemente, em 1966, Maria Célia, minha irmã,
também colou grau pela Faculdade de Ciências Médicas do Maranhão. Quem conheceu
o meu pai, Abdala Buzar, sabe que ele era um tremendo festeiro. Para comemorar
aquela dupla formatura familiar, ele promoveu uma festa de arromba em
Itapecuru, no dia 25 de dezembro de 1966.
Nenhum comentário:
Postar um comentário