Por: Tiago de Oliveira
Particularmente
eu nunca fui bom em nenhum esporte, ou melhor, nunca tive habilidade especial
na pratica de nenhum. Contundo, na época de minha infância em Areias anos 90 do
século XX, como até mesmo televisores eram poucos, a saída então, era se
diverti com as brincadeiras de época.
Pois,
institivamente todos começávamos a brincar de Pião de Coco-babaçu, por um
determinado tempo, mas principalmente durante a Semana Santa, que
coincidia com o período chuvoso, momento que os quintais todos sombreados
ficavam perfeitos para jogarmos chuchus na areia, petecas na borroca ou no
turitis e lavoura. Ao amanhecer e entardecer a pescaria de anzol de piaba no
Igarapé da Ponte ou Marajá reunia uma boa meninada.
Quando
os cajus apareciam, às castanhas viravam à atenção de todos, que depois de
juntas íamos jogá-las no triângulo e depois se sentir o máximo ao afirmar, que
possuía mais dúzias de castanhas, do que o colega. Após as castanhas sumirem, o
tempo secava, os ventos apareciam e com ele muitos garotos a correr pelas ruas
empinando seus papagaios ou pipas. À noite a molecada se reunia para brincar de
chutar-lata, de roubar-bandeira, ganzola e até mesmo de capturar vagalume no
campo de futebol.
As
passarinhadas eram um capítulo a parte, pois passávamos horas e horas andando
pelos matos, atrás dos pobres passarinhos e para cada passarinho morto pela
baladeira ou capturado em arapucas, fazíamos um pequeno corte no cabo da mesma,
para indicar cada ave morta. Não tínhamos consciência da crueldade que
praticávamos com o meio ambiente, naquela época éramos considerados heróis entre os amigos.
O
jogo de bola acontecia durante o ano todo ou campo de futebol antes dos adultos ou nos vários quintais da época; os
mais procurados eram os de Zé Manduca, Dona Elza, Sebastiana e Mundaco. Quando
as bolas de leite furavam recorríamos ao mais habilidoso de todos os
“remendadores” de bola, Chico de Manduca.
As
pequenas brigas entre os meninos ocorriam quase que sempre, porém logo se
transformavam, em “brigas de jogo”. Dessa época consigo citar os seguintes
personagens: Manguá, Marcelo de Sebastiana, Cabeça de Motor, Junior de Antônio
de Filomeno, Evandro e Roberto de Delci, Lobato, Bijoca, Zé Raimundo de Nega,
Miro e Dissom de Dico Moraes, Marquinhos de Santana, Alberto e Henrique de
Fátima, Marcos de Maria, Junior de Ribão, Adelço..., que juntos passamos nossa
infância naquele tempo em Areias.
Lembro da minha infância
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