Por:
Luiz de Sevilha (1934)
Marianna Luz é
um nome de projeção no cenário intelectual do Maranhão. Instruída, culta, de
espírito voltado para as coisas belas, ama a arte. E assim sendo quis embrenhar-se na modalidade artística difícil:
o teatro.
Não foi ociosa
sua resolução, pois escreveu uma comédia
de dois atos, intitulada, "Miss Semana" e que a sua bondade houve por
bem mandar-me, para sobre a mesma dar a minha opinião.
Homem de
teatro que sou, exulto quando vejo um espírito de escol, interessar-se pela
nossa nobre arte teatral, tão vilipendiada e olhada com desdém, pelos que
ignoram ser hoje o teatro, um fator de
educação. Não falo do teatro pulha, sem imaginação, teatro de opereta onde o
clássico adultério e o trivialismo “menage trois”, são os pratos picantes
deixando após as representações, nas almas cultas, nojo, nos medíocres as
vesículas intumescidas. Falo do teatro humano,
social sem “ho kum” sem meios “buffos”.
Teatro que
educa. Que faz rir sem palhaçada, que agrada honestamente. Marianna Luz em sua
comédia, mostra conhecer largamente a
carpintaria teatral. Os seus personagens movem-se com sinceridade, não
prejudicando a dinâmica da cena. Os diálogos vazado numa linguagem correta,
obedecem rigorosamente o gosto do espectador, que é não massa-lo com
tiradas tipo “dramalhão”.
São dizeres
sintéticos, rápidos onde a frase
enrodilha o ridículo destas moçoilas futilíssimas de colorido espiritual aquém do colorido das
unhas e que só ambicionam na vida , o trivialíssimo título de “miss” disso e “miss” daquilo.
Em dois atos
sinceros Marianna faz a autópsia psicológica destas gentilíssimas mediocridade, apreciáveis, sob o ponto de
vista anatômico e dignas de piedade, sob o ponto de vista moral.
Marianna Luz,
deve alistar-se nas hostes dos que batalhas pelo teatro brasileiro. Sendo muito
útil ao mesmo.
Grande valor! “Viva
lá gracias” distinta irmã de Idenes. (Pacotilha,
27.10.1934)
Do livro Marianna Luz, Vida e Obra. E Coisas de
Itapecuru-Mirim
Autoria do Livro: Jucey Santana.
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