segunda-feira, 3 de outubro de 2016

ESTOU PREFEITO. E AGORA?


         


ARTIGO DE OPINIÃO:
O PERFIL IDEAL PARA OCUPAR O CARGO DE PREFEITO EM ITAPECURU MIRIM



"Governar é a arte de saber lidar bem com o sentimento das ruas." (Antônio Luiz da Costa)

Os mais de cinco mil e quinhentos municípios brasileiros escolherão neste, 02 de outubro de 2016, seus novos prefeitos e prefeitas. Muito se fala sobre o perfil ideal para um candidato a Prefeito ou a Prefeita e suas qualificações necessárias exercer tal cargo.

         Excluindo as questões técnicas inerentes a gestão pública e as questões éticas e moral, pois se pressupõe que todos os candidatos são dotados de moralidade e ética, tive a ousadia de listar aqui alguns parâmetros para perfis desejáveis ao executivo da nossa tão bela e majestosa Itapecuru Mirim, para bem desempenhar suas funções e promover uma gestão de qualidade e resultados. Perfis que também são válidos para os demais municípios brasileiros.

Um bom gestor deve ter Habilidade política para administrar conflitos de interesses, uma vez que a coisa pública é bastante elástica e diversificada. É preciso ter capacidade de liderança e convencimento para criar, manter e conduzir uma boa equipe de trabalho e implantar e programar projetos e ideias.

A administração pública requer Conhecimento das políticas públicas, tramites legal e burocracia, o que pode ser adquirido com o tempo e a própria vivência. Bons assessores podem suprir esta deficiência e fornecer as informações necessárias para subsidiar o gestor nas suas ações e decisões. Nesse item, a composição de secretariado muitas vezes fracassa por razões políticas. É que, ao serem eleitos, ao invés de buscar na comunidade local, as pessoas mais qualificadas para cada cargo, acabam tendo que satisfazer compromissos de campanha com os partidos políticos. Em razão disso nomeiam pessoas que, muitas vezes, deixam a desejar. Um perfil técnico para um secretário é muito importante para a solução dos problemas na comunidade.

Não dá para fazer gestão pública de qualidade e resultados sem que se tenha o mínimo de embasamento técnico de como funciona a administração pública.

A população da cidade se beneficia de melhorias realizadas por um prefeito e sua equipe de governo. Há que se perceber que Prefeitura não é empresa privada, que busca apenas lucro. O foco na administração pública é, ou, deveria ser o bem-estar, o bem comum da população. Sendo assim, a busca por um bom gestor começa pelo conhecimento e experiência que ele acumula.

Outra característica imprescindível para um prefeito é que tenha sintonia com a legislação vigente, hoje ampla e exigente, e que este gestor tenha rigor em cumpri-la.

Um bom prefeito, uma boa prefeita precisa ter especializações, mestrado, doutorado, cursos no exterior (não necessariamente todos ao mesmo tempo). No caso de gestores públicos, é bom ter conhecimento em áreas como gestão estratégica, administração, economia, gestão de pessoas. Fluência em uma ou mais línguas, pelo menos no inglês, é outro critério básico.

            Já o equilíbrio emocional, tido como uma condição psíquica é fundamental ao gestor. Seus atos e ações afetam e influenciam a vida de todos os munícipes. Desta forma a conduta sensata, sem revanchismo, perseguições, e exacerbação da vaidade pessoal, assim como a conduta das políticas públicas com espírito coletivo, são condições essenciais para uma boa gestão. Tem que ter capacidade de conviver e enfrentar crises.

Ter liderança política, equilíbrio e poder de decisão no momento certo; disponibilidade para ouvir e tolerância para entender diferenças de estilos das pessoas com quem trabalha, ter consciência de que precisa estar o maior tempo possível presente na cidade que administra, além de fazer do diálogo com a população, seu principal instrumento de trabalho.

É sempre dito que um gestor precisa ter espírito público. Isto é, precisa ter uma conduta de estar sempre sensível para os clamores da comunidade. Para isso precisa ter espírito de liderança, comunicação, flexibilidade, organização, comprometimento, objetividade e ousadia.

O planejamento é outro item importante tanto na vida pessoal quanto pública de um gestor municipal.  Sem planejamento não se consegue bons resultados. Em qualquer início de gestão é preciso de um planejamento estratégico. Este leva em conta as prioridades, estabelecem-se cronogramas. Leva-se em conta  o volume de receitas e foca-se nos resultados possíveis.

É conveniente dizer que o fracasso de uma gestão municipal tem início muitas vezes em uma campanha eleitoral, quando o então candidato vende ilusões a respeito do que faria. Desinformado do que é possível, promete o que não poderá cumprir. Portanto, outro item importante é a honestidade, qualidade imprescindível para que um candidato a prefeito resulte em um administrador eficaz, numa futura gestão. Além da honestidade, muitas outras características podem ser alinhavadas: a forma como o cidadão administra também a sua vida pessoal. Ela será o reflexo do que vai ser a sua gestão pública. Se não sabe gerir sua vida pessoal, fica difícil acreditar, se será eficaz no trato de questões do interesse coletivo.

 Ter força de vontade. Isso é muito importante para o êxito de um mandato. O prefeito e seus auxiliares precisam de dedicação exclusiva aos cargos. E se não houver o empenho, não se chegará a um resultado de excelência. Portanto uma organização sistêmica é a maior aliada de uma gestão inteligente.

Finalmente, o prefeito ideal não arranja desculpas para a própria incompetência. Nem mesmo coloca a culpa dos seus problemas no prefeito anterior. O político eleito deve assumir o cargo conhecendo o chão onde pisa, trazendo nas mãos um plano de governo com as soluções levantadas e discutidas com a população. É preciso conhecer e bem a cidade, os principais problemas de todas as comunidades, em especial daquelas mais necessitadas, resolver as demandas, estar sempre a serviço do Município e prestar contas do que está fazendo.

É preciso deixar expresso no seu programa de trabalho um mínimo de fidelidade à população, uma boa dose de humildade também é algo que não poderá faltar no trato com os munícipes.

Disposição permanente para o diálogo. A democracia, essa plantinha tenra, como se diz, que necessita ser regada com especial desvelo, só frutifica em terreno adubado pelo intercâmbio de ideias. Ancorada na convicção de que o espírito humano é como um pára-quedas, e que só funciona aberto, a ação democrática estimula a discussão franca dos temas relevantes e provocadores. Torna assim, infinitas as possibilidades de consenso, pela troca fervilhante de opiniões, a entendimentos e pactos capazes de atenderem, nos justos conformes, aos superiores interesses da coletividade. O famoso Orçamento Participativo, valioso instrumento de gestão, é amostra eloquente do poder do diálogo.

Tudo deverá que ser organizado, de forma que, o governo futuro, sob a regência do Gestor Maestro, naturalmente vocacionado para a missão, funcione com afinação de uma orquestra.

Não é necessário eleger uma entidade milagrosa. Alguém com perfil positivo democrático irá ouvir as pessoas, o seu secretariado, lideranças da comunidade, segmentos sociais, em fim, e compartilhar as decisões, fazendo prevalecer às questões técnicas de cada caso e as enquadrando dentro da permissão legal para executá-las. 

Algum pré-candidato se encaixa nesses parâmetros ou  perfis?






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