sábado, 19 de outubro de 2019

QUADROS DA VIDA MARANHENSE - JERONIMO DE VIVEIROS



     

                              Luiz de Mello

 Discurso do  pesquisador Luiz de Mello, lido por Jucey Santana, na Associação dos Escritores Independentes (AMEI), em 9 de outubro do corrente ano, por ocasião do lançamento da coleção Quadros da Vida Maranhense, de autoria de Jeronimo de Viveiros,  pela Academia Maranhense de Letras.  O  importante resgate literário, pesquisado por Luiz de Mello,  passou por revisão de alguns acadêmicas da AML e está a venda na Livraria AMEI.   

Senhoras e senhores,

Mais uma vez agradeço à Academia Maranhense e à Academia Ludovicense de Letras, pela sincera homenagem que ora me prestam, aliás, não só a mim, mas também ao autor de quadros da vida maranhense, mestre Jerônimo de Viveiros, certamente um dos mais importantes historiadores deste estado no século XX.

Frequentei, por algum tempo, a residência de Viveiros, na rua da Mangueira, entre as ruas Grande e Santana e com ele tive boas conversas sobre a história do comércio do Maranhão, de um modo bastante significativo para mim, dentro de meus limites de assimilação, em razão de minha pouca idade. Ainda assim, adquiri variados conhecimentos acerca da historiografia maranhense, naquele tempo que já vai longe, entre 1962 e 1964.

Foi Jerônimo de Viveiros quem me recomendou a Mário Meireles, Rubem Almeida e Domingos Vieira Filho e destes recebi os maiores incentivos e conselhos referentes à história e à literatura de um modo geral.

Jerônimo de Viveiros era um homem simples, o que me deixava com mais facilidade para com o mesmo dialogar, logo eu, um jovem de dezoito anos de idade e ele um respeitável ancião de setenta e sete anos.

Minhas visitas à casa de Viveiros, os diálogos e as leituras de textos históricos, aguçaram-me a vocação de pesquisador e leitor de jornais e artigos, para investigar o nosso passado histórico, artístico e literário.

Embora tenha realizado minha primeira pesquisa em 1965, (acerca do teatrólogo Américo Azevedo) somente em 1985 continuei a pesquisar, com profundidade os mais diversificados assuntos para terceiros, como única forma de sobrevivência financeira.

Já no presente século, tratei de organizar alguns livros de temas históricos e assim, vieram o lume O Maranhão Histórico de Ribeiro do Amaral (2003), Cronologia das Artes Plásticas no Maranhão (2004), Páginas de Saudade, de Crysóstomo de Souza (2005), Informação sobre a Capitania do Maranhão dada em 1813, de Bernardo José da Gama (visconde de Goiânia) 2013, Escorço da História do açúcar no Maranhão/no tempo das eleições a cacetes, de Jerônimo de Viveiros (2016) e Variedades Históricas Maranhenses (2019), no qual há artigos de Sotero dos Reis, César Marques, Alexandre Rodrigues Ferreira e João Afonso do Nascimento.

Fechando o ciclo de publicações de livros históricos, acredito ter chegado ao topo da montanha, exatamente quando pressinto que estou no outono da minha existência.

Sem nenhuma dúvida, afirmo que toda a minha vocação de pesquisador ramificou-se em mim, depois das dezenas de visitas à casa de Jerônimo de Viveiros nos primeiros anos da década de 1960.

Portanto, louvável é a atitude da Academia Maranhense de Letras, que em boa hora resolveu editar Quadros da Vida Maranhense, obra dividida em fascículos, tornando realidade o que o saudoso escritor Josué Montello aconselhara em 1959.

Finalmente, seis décadas após o apelo de Josué Montello, vem a lume Quadros da Vida Maranhense!

Muito obrigado.
Luiz de Melo


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