terça-feira, 14 de julho de 2020

FALECEU O POETA PEDREIRENSE SAMUEL BARRETO

  




Samuel de Sá Barrêto, poeta, prosador,  radialista, compositor e músico Samuel Barreto. Foi um grande batalhador pela vida e pela cultura,   mas perdeu a luta aos  51 anos de idade  nesta  segunda-feira (13)  para um câncer de  pâncreas.
 Sempre foi envolvido em atividades culturais relacionadas à literatura e à arte.  Era membro atuante da Academia de Letras da sua cidade, Pedreiras. Recebeu diversos prêmios em festivais e outros eventos. Em 2007, foi vencedor do Plano Editorial Goncalves Dias – Categoria Crônicas, organizado pela Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão, com o livro A Rua da Golada e Sua Identidade. Além de participar de todas as Antologias e Coletâneas Poéticas de Pedreiras e de divulgar muitos dos seus escritos em jornais e revistas, publicou, pelo Laborarte, nos anos 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011. O Testamento de Judas, de parceria com Nelson Brito, Zeca Tocantins, Imira Brito e Edivaldo Santos. Seu primeiro livro publicado foi SOS Libertação (1997) depois o já citado A Rua da Golada e Sua Identidade, em 2009. Recentemente teve a honra de ter cinco de seus poemas publicados na obra intitulada antologia Mil Poemas para Gonçalves Dias, lançada em São Luis, pelo Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Em Pedreiras, lançou o 1.° Cordel Beneficente da região – A Peleja de Luiz Bico de Agulha com o Guaxinim Cagão, em parceria com Edivaldo Santos. Publicou em 2013 o livro de poesias, Caderno de Passagem, pela Edufma e no ano 2014 venceu o Edital II de literatura da Fundação de Amparo a Pesquisa – FAPEMA, com o livro Versos Cinzentos. Samuel Barrêto é integrante do projeto cultural Da Golada Pro Brasil, membro fundador da APOESP –Associação dos Escritores e Poetas de Pedreiras, membro fundador da APL – Academia Pedreirense de Letras, onde ocupa da Cadeira no 8. Figura entre os pedreirenses condecorados com a Comenda Corrêa de Araújo – honraria que é concedida pela Câmara Municipal de Pedreiras àqueles que tenham prestado relevantes serviços à educação e à cultura do Município.


TARDINHA

Essas horas amiudadas da tardinha
Sempre voltam numa onda de matar
É um silencio feito dor de ladainha
Que no peito nos aperta sem cessar.

Vez por outra sou canto da cigarra
Num lamento carregado de tristeza,
Já não sinto o vigor daquela garra
Vejo a vida sem o gosto da beleza.,

E agora essa dor toda cortante,
Ela sempre nos invade incessante,
No instante que o sol vai descansar.

Penso tanto como eu tinha alegria
Desenhava o amor sem fantasia
Hoje peno sem saber como sonhar.



VIBRANTE

Meus livros são sem valores
Não contam nada das flores
São falhas dos sentimentos
As vezes dormem segredos
Nas copas dos arvoredos
Dançando o frio dos ventos.

Armei minha rede na tenda
Para fugir sem contenda
De uma leitura qualquer
Com balançar das palavras
Cravei ideias com lavras
Nos olhos de uma mulher.

Depois do sono tranquilo
Nem era isso ou aquilo
Que tiram minha direção
Era um amor na verdade
Dos tempos da mocidade
Na flor da fina paixão.


Fechei as contas sentidas
Tirando todas as feridas
Quero um livro pulsante
Escrevo sem fingimento
Dando ao peito um alento
De um poema vibrante.


Samuel Barreto.

3 comentários:

  1. Meu coração sangra, era um grande amigo, companheiro n a fundação da Amei!

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  2. O poeta se foi, mas seu legado ficará. Não esqueceremos do seu sorriso, da pessoa que foi e dos poemas que nos fizeram rir e chorar.

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