NOSSA HOMENAGEM A ANIVERSARIANTE DO MÊS
Por Jucey Santana
Nielza Nascimento dos Santos
nasceu em Itapecuru Mirim na comunidade denominada Felipa em 30 de julho de
1941. Filha de Hipólito Ferreira Viana e
Braulina Celso Nascimento dos Santos. Professora, lavradora e líder comunitária.
Nielza sempre se orgulhou de ser lavradora,
porém foi também professora. Dotada de
determinação e inteligência, desde cedo demonstrou a ânsia do
saber as coisas; então, seus pais
a colocaram na escola em que cursou o antigo primário. Em 1969 foi contratada
pela Prefeitura Municipal de Itapecuru Mirim como professora leiga, na função
de alfabetizadora em diversas comunidades. Participou também do Movimento Brasileiro de Alfabetização –
MOBRAL, alfabetizando jovens e adultos.
No inicio dos anos 80, participou do LOGOS II, projeto de formação de
professores leigos para o exercício do magistério. Foi professora durante 23 anos.
Como
líder comunitária, Nielza, sempre foi o ponto inicial e final dos
acontecimentos da comunidade Felipa. Com
sabedoria ímpar e convicção, é incansável na
luta pelos direitos, cidadania, valorização e união daquela população
quilombola, diretamente ligada a ela por consanguinidade. Nada é resolvido sem
que Nielza seja ouvida.
Ela é um exemplo para outras mulheres,
que lutam por questões sociais, ambientais, financeiras e a preservação da
cultura ancestral. A comunidade da Felipa é considerada modelo entre as
comunidades remanescentes de quilombos no Estado do Maranhão, referência
para outras comunidades.
A quilombola participou
em novembro de 2010 de uma excursão com
21 maranhenses, do projeto 'O
Percurso dos Quilombos: da África para o Brasil e o Regresso às Origens'. Com o apoio da ONG portuguesa, Instituto Marques do Valle Flor e União Europeia, tendo por objetivo o enriquecimento do diálogo intercultural para partilhas
da cultura. Para Nielza, a viagem
foi emocionante, a qual com
sabedoria divide os seus saberes, e
experiências com todos da comunidade.
Quem visita a comunidade é recebido com
alegria, música e festa por Nielza, que
gosta de cantar, declamar poesia de sua lavra e principalmente dançar. É exímia dançadeira de Tambor de Crioula, Rodas de Coco e Jornada de São Gonçalo.
Ela gosta de
contar a história da formação da comunidade. A origem do nome “Felipa”, vem da
sua bisavó, Maria Felipa, a primeira mulher a morar naquela região, rica em
caça, clima acolhedor e terras boas para o plantio, levada pelo filho, de Manga
do Iguará, no inicio do século XX.
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As terras da Felipa já foram alvo de
muitos conflitos na própria família, relembra Nielza.
Depois da
desapropriação pelo INCRA em 1986 e distribuída entre os moradores, à
comunidade passou a trabalhar com projetos governamentais. Em 10 de abril de 1989, Nielza e um grupo da
comunidade criaram a “Associação
Comunitária São Sebastião dos Produtores
do Quilombo de Felipa”. A
comunidade se mantem com projetos sociais, de transferência de renda,
roças tradicionais com cultivo de arroz, mandioca e milho e os projetos
culturais.
A
comunidade atualmente é “Ponto de
Cultura, Terra de Quilombo”, certificada pelo Ministério da Cultura. O programa
tem por objetivo, criar oportunidades
de capacitações profissionais
aos jovens e a manutenção da identidade cultural dos
remanescentes dos quilombos, com oficinas profissionalizantes e de danças
populares.
Nielza
Santos foi casada com Mauricio Pinto dos Santos. O casal teve as seguintes
filhas: Maria de Nazaré, Domingas, Raimunda Nonata e Elza.
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