domingo, 27 de dezembro de 2015

STAR WARS - O DESPERTAR DA FORÇA




Por: Brenno Bezerra

Rey (Daisy Ridley) e Finn (John Boyega) encontram um sabre de luz que é uma verdadeira relíquia, e acaba tornando-se mais surpreendente quando eles dão conta que ele pertence a Luke Skywalker (Mark Hamill). Decididos a devolver o artefato ao dono, eles se juntam a Hans Solo (Harrison Ford) e a Princesa Leia (Carrie Fisher), que buscam reaproximação do filho.
Sem a necessidade de seguir nenhuma ordem cronológica, a saga Star Wars entregou, até então, seis filmes, tendo o seu ápice nas três produções das décadas de 1970 e 1980, que ditaram uma revolução na concepção cinematográfica, principalmente no que diz respeito aos efeitos visuais, nunca antes vistos na indústria. Méritos que engrandeceram ainda mais o nome do diretor George Lucas. Porém, se formos avaliar a atualidade, somos obrigados a concordar com a crítica Isabela Boscov, que classifica Lucas como um cineasta com visão de futuro, mas que vive do passado.
Após não tão bem sucedidos 3 filmes em 1999, 2002 e 2005, a saga Star Wars ficou dez sem exibir um novo episódio, mas para o delírio dos fãs mortos de saudade, foi anunciado esse O Despertar da Força. George Lucas, como um bom artista que entende que existem ciclos e que o ideal é sair no auge, entregou a direção para J. J. Abrams, que em momento algum despertou desconfiança por parte do público, já que ele é o responsável pela recente franquia Star Trek e pelo seriado Lost.
Centrando o poderio benevolente nos personagens Rey e Finn, a produção teve o desprazer de ver reações negativas antes do seu lançamento, por se tratarem de um negro e de uma garota, autenticando uma realidade muito racista e misógina que inacreditavelmente estamos vivendo. Sem se deixar levar pelos ataques, Abrams reforça o poderio de tais personagens no filme, sem censurar-se a explorar a inteligência e o caráter humano, fazendo deles peças fundamentais nessa positiva reformulação que o cineasta dá para a obra, que mesmo criando um verdadeiro time de temíveis vilões, sabe explorar a astúcia dos mocinhos, que encaram seus desafios com firmeza, tornando bastante interessantes cada duelo e reforçando as geniais, e algumas delas até surpreendentes, cenas de ação, que só beneficiam o filme, que desde sempre esteve predestinado ao sucesso.
Star Wars – O Despertar da Força, mesmo propondo inovação, não se esquiva de utilizar a essência das características tradicionais, mas não que isso seja uma ode à franquia para não decepcionar os fãs, mas sim porque os dotes clássicos tinham muito a somar na nova cara da saga. A própria entrada do Hans Solo e da Princesa Leia neste filme justifica isso. O roteiro bem orquestrado pelo diretor da obra, em parceria com Lawrence Kasdan e Michael Arndt (este último é o responsável pela deliciosa comédia Pequena Miss Sunshine), cria nos mais antigos personagens uma verdadeira divindade mitológica, passível de grande admiração por parte dos mais novos, que acabam dando as mãos a eles, para o enfrentar dos desafios que os aguardam. E para não dizer que o ápice da trama esteja no novo e reafirmando a força dos personagens de quase 40 anos atrás, faz-se justo elucidar o quão impactante foi uma cena de reencontro entre dois tradicionais, onde a covardia do antagonismo também impôs tons emocionais ao filme.
Aprimorando ainda mais a quinta grandeza do trabalho de efeitos visuais, J. J. Abrams entrega um novo Star Wars memorável e com cenas impecáveis, que dão autenticidade a algo que aponto há 6 anos: No quesito cinema de ação e de ficção científica, Abrams é o cineasta número 1 do Mundo. Bastante seguro daquilo que ele pode oferecer para um filme, ele tem a perspicácia de entregar um grande trabalho, mesmo sem explorar o talento do ótimo ator sueco Max Von Sydow e a fisionomia da badalada atriz queniana Lupita Nyongo’o. Valeu a pena esperar por 10 anos e transformar um novo Star Wars em uma autêntica obra de louvor para os fãs, e em uma nova paixão para quem foi conferir o filme por pura curiosidade. Uma película bem reformulada, inclusive com mais uma linda trilha sonora de John Williams. E o reencontrar de inoxidáveis nomes, nos faz mirarmos em apenas um: Hans Solo. Não há nada que faça alguém perder o elo com ele, pois o tempo pode passar e o roteiro pode pregar o que quiser, mas sempre qualquer apreciador se virará para ele e ecoará: “Que a força esteja com você”.

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