Por: João Carlos
Pimentel
–
Vamos logo! – reclamava alguém. – naquela tarde os meninos estavam reunidos no
canto do Colégio Maria Goreth, era dia de jogo de bola no campinho.
Já
estavam todos lá: João Pé de Porca, Boca de Chupar Ovo, Sutim, Nego, Pau de
Gato, Coxa de Pato, Neném de Bigau, Rasgadinho, Cara de Rato, Gato Preto, Cara
de Broa, Vivico, Chico Paca, Carrinho, Calafedeu, Cara de Muçum, Fede a Peixe,
Preto, Luís Conha e Virabicho.
O
campinho ficava bem distante, depois um pouco do campo do Bandeirante. Mas a
ida era sempre animada. Ao chegar, os meninos fincavam duas varas de cada lado
das extremidades do campo para formar as travinhas. Começava então a divisão
dos times. Cada equipe deveria ter somente cinco jogadores, pois o campo era
pequeno. Não havia goleiros. Ficar no gol é muito chato, todos jogavam na
“linha”.
Coxa
de Pato era o dono da bola e ia formar um dos times; o outro seria do Cara de
Rato. Eles foram chamando os jogadores de forma alternada para evitar que um
time ficasse mais forte que o outro. E assim foram chamando:
–
Sutim! – gritou Coxa de Pato.
–
Gato Preto! – disse Cara de Rato.
–
Pau de Gato! – Cara de Broa! – Calafedeu! – Cara de Muçum! - Chico Paca! - Fede
a Peixe!
Pronto,
estavam formados os times: o de Coxa de Pato era composto por ele, Sutim, Pau
de Gato, Calafedeu e Chico Paca; Cara de Rato, Cara de Broa, Cara de Muçum e
Fede a Peixe formavam o outro time. Os demais jogadores ficaram de fora. Vivico
pediu desafiado primeiro, chamou quatro meninos e ficou aguardando para sua
equipe entrar no lugar do time perdedor da primeira partida; o segundo
desafiado ficou com Virabicho que formou seu time com os jogadores que
sobraram, considerados os piores.
A
primeira partida foi bastante equilibrada, mas o time de Coxa de Pato ganhou
por 4X3. Durante a partida teve uma pequena confusão:
–
Entra direito Canela de Vinvim! – gritou Calafedeu para Fede a Peixe que odiava
ser chamado de Canela de Vinvim.
–
Canela de Vinvim é tu! Barriga de Canapum! – revidou Fede a Peixe.
–
E tu, que come peixe e toma banho com o caldo! – disse Calafedeu. Mas a turma
separou os dois e o jogo continuou em paz.
Depois aconteceram mais duas partidas, o sol
já começava a desaparecer por trás da copa das árvores quando eles encerraram o
jogo e foram tomar banho no açude, lá perto do D.E.R.
–
Vamos apostar para ver quem chega primeiro! – gritou alguém. E todos saíram
desembestados na direção do açude. Por ser caneludo e rápido, Fede a Peixe
acabou ganhando a corrida.
Na
volta para casa, apostaram novamente.
Dessa vez ganharia quem chegasse primeiro no canto do Colégio Maria
Goreth. O vencedor foi o Virabicho. De lá, todos foram para suas casas
fadigadas pelos jogos e pelas corridas, mas felizes por mais uma tarde de
diversão.
(NOTA DO AUTOR: este texto não
tem qualquer pretensão alusiva a pessoas ou fatos específicos ocorridos em
Itapecuru-Mirim. Sendo, portanto, um conto apenas ficcional).
Maravilhoso conto, gostei muito... abraço.
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