terça-feira, 22 de setembro de 2015

POVOADO SANTA LUZIA –SANTA RITA - MA

PESQUISA HISTÓRICO/SOCIAL E CULTURAL

Por: Tiago Oliveira                             
O Povoado de Santa Luzia provavelmente herdou este nome da devoção dos moradores a Santa Católica de mesmo nome; a comunidade está localizada a aproximadamente trinta (30 km) quilômetros da sede do Município de Santa Rita em uma área limítrofe a Itapecuru-Mirim. Seus primeiros moradores provavelmente são remanescentes dos Povoados Santa Joana, Santa Maria e Mandioca, que eram respectivamente propriedades de Ana Rita e Maria Rita Belfort filhas do Mestre de Campo, Lourenço Belfort fundador do Engenho Kelru, na margem direta do Itapecuru fazendo desta comunidade, mais um dos tantos remanescentes de quilombo no Maranhão.
A Sr.ª. Andreza Correa dos Santos nascida no povoado São João e criada na comunidade, que possui cento e quatro (104) anos, nos dá uma ideia da idade do início da povoação final do século XIX. Já em uma aula de campo, que contou coma presença de todos os alunos do 3º, 4º e 5º anos do Colégio Local, na residência do Senhor. Benedito Gomes dos Santos, vulgo “Nhozinho” trouxe a lume preciosas informações. Que são, a saber:
- O mesmo afirma possuir oitenta e três (83) anos e ser morador da comunidade há mais de 43 anos, que na época de sua chegada a comunidade possuía algo em torno de cinco (05) casas, não possuía energia elétrica, escola, e o único comércio era do Sr. Bento, o professor da comunidade era o sr. Cândico do Povoado Veneza;
- Caças, como: veados, pacas, caititus, tatus e cotias eram abundantes; os peixes tanto, no rio como no Igarapé do Mucambo, Ipiranga e no Satuba da comunidade eram abundantes; As roças eram muito produtivas, pois a vegetação era quase que nativa ainda.  Atualmente, quase não existem mais, assim como os curiós, primaveras e ciganas...
Atualmente, início do século XXI a comunidade possui: aproximadamente cinquenta e oito (58) casas e uma população de duzentas e quatorze (214) pessoas, sobre este tema a casa de Dona Marcelina é a que possui mais moradores, pois nesta vivem onze (11) pessoas;
 A Comunidade não possui posto médico;
Possui uma escola municipal com três (03) salas onde funciona educação infantil, ensino fundamental I e II;
Possui uma pequena Praça, uma Igreja Católica em devoção a Santa Luzia, que foi fundada na década de 50 do século XX pelo antigo proprietário das terras Isidoro Mendes;
 Dois (02) campos de futebol;
Uma associação local;
As manifestações culturais são baseadas principalmente ao culto a São João, Santo Antônio, Santa Luzia, Tambor de Crioula, Capoeira de Angola e Dança do Coco;
 As crendices ainda são baseadas na figura da Mãe D’água e do Saci-Pererê;
Os cantadores de tambor mais populares são: Murilo, Luís, Celso e Chico;
Existia na comunidade uma Senhora conhecida como “Dazira”, que a maioria das crianças tinha medo dela;
A única parteira leiga ainda viva é a dona Marcelina
 Os benzedores mais conhecidos são: Xavier, Miguel e Marcelina.   
A alimentação é baseada na combinação do arroz com a farinha, feijão, carne de gado, frango e peixes.  Os remédios caseiros ainda muito comuns, como o chá dá à mescla para gripe, chá de boldo para dores de barriga etc.
A renda local é baseada principalmente por beneficiários do INSS, Bolsa Família, Roças e o extrativismo de produtos da região como o  Coco – babaçu, bacuri etc.
Os principais problemas da comunidade são: a falta de emprego, de abastecimento de água, e a poluição que já começa a aflorar na comunidade.

Obs.: A presente pesquisa teve a participação dos alunos do 3º, 4º e 5º anos, do Colégio Santa Luzia do povoado supracitado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário