*Nico Bezerra
Abro os olhos
E o que vejo são gotas
brilhantes
Refletindo a luz forte do
teto branco
Uma a uma
Caindo numa sequência
apressada
Na pressa de irrigar meu árido
corpo.
Firmando o olhar míope
consigo
Identificar um
Invólucro alertivo:
Cloreto de Sódio.
Para o químico responsável
sim, Cloreto de Sódio
Mas para mim
Eram pequenas luzes
caindo e piscando tentando
Clarear um corpo a se
apagar
Escondida sob uma máscara
sufocante
Duas canículas preenchem
minhas narinas
Jogando no meu interior
jatos de vida gasosa.
Sinto-me um balão cheio
de ilusão...
Ao meu lado, tosses,
gemidos e lamentos
Escondidos por
Biombos
Intransponíveis,
Não me permitem
Ver meus vizinhos de infortúnios,
Olhos cerrados
Adormecem...
Em meio a penumbra
Entrevejo seres não
identificáveis...
Anjos sem asas? Alienígenas
Paramentados?
São médicos, astronautas?
Mal consigo identificá-los
e agradecê-los.
Uma voz suave ultrapassa
uma das
Parafernálias faciais e
diz:
“Professor, sou sua
ex-aluna,
vamos cuidar de você!”
Meus olhos marejam...
Noite longa,
Longa noite!
Oxigênio ininterrupto,
Medicação constante...
O dia chega,
Sol brilhando, ilumina a
sala com raios de esperança!
A luta continua!
Nem a pandemia abate a
poesia!
Uau! "Professor, sou sua ex aluna"
ResponderExcluirMe emociona muitíssimo! 👏👏👏👏
Não pare de lutar, pois virá a vitória!
ResponderExcluirQuerido amigo, você é madeira de dar em doido.Aguente firme, até do COVID faz poesia. Não demore a sair. Ceres
ResponderExcluirNico, Guerreiro, logo sairá dessa!
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