*Dilercy Aragão Adler
Não sei se
consegui ser essa mãe que atendesse a todas as necessidades das filhas, no meu
caso, só filhas!
Afinal, a
gente nunca consegue realizar concretamente algum feito como o idealizamos… As
benditas utopias, na sua grande maioria, ficam mais no imaginário!
Mas, o
certo é que eu tinha um desejo muito grande de ser mãe,
assim eu parei de tomar a pílula naqueles idos de 1973, no meio do último ano
do curso de psicologia, de modo que colei grau com uma amada e orgulhosa
barriga de seis meses. Isso deveu-se ao medo de acontecer algo que me
impedisse de engravidar e de ser MÃE.
Naquele
ano de 1973, minha vida era uma “correria só” entre trabalho, estágio em
clínica de psicologia, aulas, tomando vários ônibus, afinal, em Brasília, tudo
é longe!… Mas eu sempre com muita disposição, a ponto de uma vizinha,
maranhense, dizer que admirava a minha força, o meu entusiasmo, considerando
que eu, em Brasília, estava longe da minha família, aos 23 anos, primeira
gravidez, com uma rotina de trabalho e estudos intensa, e ainda apresentava
vigor e ares visíveis e incontestáveis de felicidade.
Foram três
grandes felicidades, no tocante à maternidade: Danielle, Milena e Michelle.
Procurei
cumprir a "missão de mãe" o melhor, dentro do meu entendimento,
nele incluídos alguns sábios exemplos da minha mãe.
Certa vez,
uma adolescente, que fazia terapia comigo, me disse:
- Como eu
gostaria de ser sua filha, doutora!
Fiquei
surpresa e feliz, mas lhe respondi sorrindo:
- Pergunte
para as minhas filhas se elas gostam de me ter como mãe!
Claro que
ela não ia perguntar, por não ter contato com elas, mas usei esse argumento
como forma de fazê-la refletir sobre a questão.
Ainda
tenho comigo a certeza de que eu não consegui ser essa “mãe perfeita”, porque
sou sabedora da impossibilidade dessa proeza. Também tenho a consciência do
dever cumprido, pois, considerando a nossa condição humana, o erro e o acerto
coexistem em todos nós.
Hoje
vejo claramente algumas falhas no exercício da minha “profissão” de mãe, até
mudaria alguns preceitos adotados. Mas, nunca me esqueço do meu grande desejo
de ser mãe… de ser uma boa mãe, e de que, acima de tudo, as minhas filhas
fossem muito felizes por toda a vida!
Obrigada,
Danielle, Milena e Michelle, por terem feito possível o meu desejo da
maternidade. Sou muito feliz e grata a Deus pela bênção de tê-las como filhas
e, ainda mais, por terem me presenteado com sete lindos netos: Daniel Victor,
João Marcelo, Caetano, Arthur, Lara, Diana e Gabriela, tornando, assim, mais
completa e bela nossa amada família.
Amo vocês!
… De montão!
... Infinito!
São Luís, 10 de
maio de 2020.
*Dilercy Aragão Adler. É Psicóloga, Doutora em Ciências Pedagógicas-ICCP/Cuba,
Mestre em Educação. Publicou doze
livros de Poesia, Três livros Acadêmicos, um Biográfico e um de História
Infantil. Organizou doze Coletâneas Poéticas e tem participação em mais
de cem antologias nacionais e internacionais. É Membro Fundador e Presidente da
Academia Ludovicense de Letras- ALL (Biênio 2016-2017). Titular da Cadeira Nº 1
do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - IHGM. Presidente Fundadora da
Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão – SCLMA (1997 a 2016). Presidente da Sociedade de Cultura Latina do
Brasil e Senadora da Cultura do Congresso da SCL do Brasil, Presidente do
Capítulo Brasil da Academia Norteamericana de Literatura Moderna e Delegada no
Maranhão do Liceo de Benidorm/Espanha entre outras.
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