segunda-feira, 11 de maio de 2020

EU, MÃE!!!

                    

*Dilercy Aragão Adler

Não sei se consegui ser essa mãe que atendesse a todas as necessidades das filhas, no meu caso, só filhas!

Afinal, a gente nunca consegue realizar concretamente algum feito como o idealizamos… As benditas utopias, na sua grande maioria, ficam mais no imaginário!

Mas, o certo é que  eu  tinha um desejo muito grande de ser mãe, assim eu parei de tomar a pílula naqueles idos de 1973, no meio do último ano do curso de psicologia, de  modo que colei grau com uma amada e orgulhosa barriga de seis meses. Isso deveu-se ao medo de acontecer algo  que me impedisse de engravidar e de ser MÃE.

Naquele ano de 1973, minha vida era uma “correria só” entre trabalho, estágio em clínica de psicologia, aulas, tomando vários ônibus, afinal, em Brasília, tudo é longe!… Mas eu sempre com muita disposição, a ponto de uma vizinha, maranhense, dizer que admirava a minha força, o meu entusiasmo, considerando que eu, em Brasília, estava longe da minha família, aos 23 anos, primeira gravidez, com uma rotina de trabalho e estudos intensa, e ainda apresentava vigor e ares visíveis e incontestáveis de felicidade.

Foram três grandes felicidades, no tocante à maternidade: Danielle, Milena e Michelle.

Procurei cumprir a "missão de mãe" o melhor, dentro do meu entendimento, nele incluídos alguns sábios exemplos da minha mãe. 

Certa vez,  uma adolescente, que fazia terapia comigo, me disse:

- Como eu gostaria de ser sua filha, doutora!

Fiquei surpresa e feliz, mas lhe respondi sorrindo:

- Pergunte para as minhas filhas se elas gostam de me ter como mãe!

Claro que ela não ia perguntar, por não ter contato com elas, mas usei esse argumento como forma de fazê-la refletir sobre a questão.

Ainda tenho comigo a certeza de que eu não consegui ser essa “mãe perfeita”, porque sou sabedora da impossibilidade dessa proeza. Também tenho a consciência do dever cumprido, pois, considerando a nossa condição humana, o erro e o acerto coexistem em todos nós.

 Hoje vejo claramente algumas falhas no exercício da minha “profissão” de mãe, até mudaria alguns preceitos adotados. Mas, nunca me esqueço do meu grande desejo de ser mãe… de ser uma boa mãe, e de que, acima de tudo, as minhas filhas fossem muito felizes por toda a vida!

Obrigada, Danielle, Milena e Michelle, por terem feito possível o meu desejo da maternidade. Sou muito feliz e grata a Deus pela bênção de tê-las como filhas e, ainda mais, por terem me presenteado com sete lindos netos: Daniel Victor, João Marcelo, Caetano, Arthur, Lara, Diana e Gabriela, tornando, assim, mais completa e bela nossa amada família.

Amo vocês!
… De montão!
... Infinito!

São Luís, 10 de maio de 2020.

*Dilercy Aragão Adler. É Psicóloga, Doutora em Ciências Pedagógicas-ICCP/Cuba, Mestre em Educação. Publicou doze livros de Poesia, Três livros Acadêmicos, um Biográfico e um de História Infantil. Organizou doze Coletâneas Poéticas e tem participação em mais de cem antologias nacionais e internacionais. É Membro Fundador e Presidente da Academia Ludovicense de Letras- ALL (Biênio 2016-2017). Titular da Cadeira Nº 1 do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - IHGM. Presidente Fundadora da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão – SCLMA (1997 a 2016).  Presidente da Sociedade de Cultura Latina do Brasil e Senadora da Cultura do Congresso da SCL do Brasil, Presidente do Capítulo Brasil da Academia Norteamericana de Literatura Moderna e Delegada no Maranhão do Liceo de Benidorm/Espanha entre outras.

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