sábado, 10 de outubro de 2015

ASSIM FALA O RIO ITAPECURU

Por Geraldo Lopes

A cada dia que passa
A água fica escassa
O Maranhão que é rico
Em bacia hidrográfica

Três colegas nas fronteiras
Separando o meu Estado
O Parnaíba, o Gurupi.
O Manoel Alves Grande
Todos eles afamados

Mesmo assim não tenho inveja   
Já fiz muito por meu povo
Já matei a sua fome
E saciei a sua sede
Fui bonito quando novo

Hoje me sinto cansado
Vagaroso e turbulento
Minhas águas vão descendo
Com ajuda desses ventos.

Das pessoas que ajudei
Fui jogado apedrejado
Desmatado envenenado
Só ouço alguém dizer
Não deixe o rio morrer
Tão ficando envergonhado.

Quero pedir a vocês
Deixem-me em paz, por favor,
Devido ao desmatamento
Causando assoreamento
Aumenta mais minha dor.

Meu sofrimento é constante
Quando se fala em vazante
Percebo com lucidez
Atrás está vindo o veneno
Tanta maldade em vocês.

Que foi que fiz a vocês?
Por que tanta crueldade?
Os peixes estão morrendo
De tanta barbaridade.
Do lixo tenho o pavor

Tão jogando no meu leito
A coisa fica sem jeito
Eu peço meu protetor
Oriente esse povo   
Pra amenizar minha dor.

Agora vou lhe mostrar
A minha biografia
Lá na serra da Croeira
Nasci com muita alegria.

Passando por dez cidades
Que eu chamo estação
Mirador é a primeira
Estação da tentação.

Colinas é a segunda
A fazer a poluição
Caxias é a terceira
A fazer destruição.

Seguindo para Codó
Timbiras e Coroatá
Se alguém não agir sério
Eles vão é me matar

Nessas cidades que eu passo
Só querem me explorar
Pirapemas e Cantanhede
Estão no rol das outras
Continuo a desaguar

Seguindo o meu percurso
Eu pensei na solução
A próxima tem o meu nome
Confio nos meus irmãos
Chegando a Itapecuru
Foi grande a decepção

Vou chegando ao meu final
Fazendo-me estar feliz
Recebi um grande corte
Chamado ITALUÍS.
Querendo matar a sede
Do povo de São Luís

Rosário que é a última
Das estações da maldade
Não difere uma da outra
De nenhuma sinto saudade
1.450 quilômetros
Percorri com muita fé
Chegando ao meu destino
Baia de São José.


                          Texto do livro inédito, Inspirações de Poetas itapecuruenses”.

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