Por
Tiago Oliveira
O nosso belo rio já se mostra cansado com mais de trezentos (300)
anos de exploração pelo “homem branco”, e o grande problema é que desde o final
do século XIX até os dias atuais, as agressões só aumentaram fruto do aumento
populacional e de um progresso carregado de produtos químicos e crescimento
desordenado da população, consequentemente as cidades e o consumo de seus
recursos naturais aumentaram. Com uma população maior a carência por alimento
também cresce e tanto os peixes retirados do rio como os alimentos produzidos
nas suas margens, e de seus afluentes além da retirada de água para consumo
doméstico e industrial, sem contar que as construções irregulares também
aumentaram assombrosamente. Todos estes fatores contribuíram para a situação de
descaso que o outrora “Jardim do
Maranhão” se encontra, atrelado à falta de planejamentos.
Por exemplo, fico
pensando quando tempo vai levar até que a população se sinta incomodada ao dar
uma descarga que consome em média oito (08) litros de água, para eliminar em
média cem (100 ml) de urina é no mínimo imoral tal atitude, ou mesmo ter o
trabalho de fechar a torneira enquanto, passa o sabão nas vasilhas antes de ser
enxaguado, molhar ruas, lavar calçadas ou simplesmente o fato de tratar o rio
como depósito de lixo, sem imaginar que o problema é de todos.
Grandes projetos do
Maranhão como Alumar, Ambev, Coca-Cola, Psiu e é claro 75% da população da
Capital São Luís já que os Rios Bacanga, Anil, Cachorros dentre outros já se
encontram totalmente poluídos e suas águas não servem mais para o consumo
humano sem dispor de grande recurso para o tratamento destas, além dos mais de
50 municípios dependem diretamente das águas do Itapecuru, que são captadas
pela CAEMA (Companhia de Águas e Esgotos do Maranhão). Por exemplo, para ser
produzido dois litros de referente consomem-se em média duzentos litros de água
potável; é necessário citar o gigantesco Projeto da Refinaria Premium I, da
Petrobras, que está temporariamente paralisado; mas que foi projetado para
funcionar com recursos hídricos do Itapecuru e infelizmente deixou um legado,
apenas de agressão ao meio ambiente.
Imagem do site www.google.com.br/mapas, que mostra
da direita para a esquerda, a BR 135 e a sede do Município de Bacabeira, depois
a grande área da Refinaria Premium I, da Petrobras e a sua proximidade com Rio
Itapecuru, que vem em seguida. VEJA O
LEGADO ABAIXO, REGISTRADO NESTA MATÉRIA:
A desistência da Petrobras de
construir a maior refinaria do País não trouxe só prejuízo social e financeiro,
como deixou um extenso dano ambiental e preocupação ao Município de Bacabeira
(61 km de São Luís) e Rosário (69 km de São Luís), no Maranhão.
Uma área equivalente a 250 campos de futebol foi
recebida pela empresa e preparada para receber a refinaria Premium I. Mas, após
tirar moradores, destruir a vegetação e a área virar um “deserto”, o local será
devolvido ao Governo do Estado. Segundo números oficiais, desde 2008 a
Petrobras investiu R$ 1,82 bilhão (cerca de R$ 2,3 bilhões valores
atualizados). No período, apenas a preparação do terreno foi feita. Foi
justamente a terraplanagem que tornaram a área hoje imprestável para a
agricultura. “Para estabilizar o solo,
eles colocaram muito calcário na terra, e ele corre para os riachos. Tiraram
também a vegetação nativa, hoje só tem capim numa área imensa. Todos os animais
que estavam nessa área fugiram ou morreram. Os igarapés estão aterrados, os
peixes morreram”, disse o presidente do Comitê de Meio Ambiente de
Rosário, Joaquim Francisco de Sousa. Para construir a refinaria, a Petrobras
precisou retirar famílias que viviam na região, e a terraplanagem destruiu
grande parte da vegetação. O aterramento também causou danos aos riachos da
região. É em Rosário que os danos ambientais mais graves podem ser
vistos. No município, cerca de 100 famílias foram retiradas para as obras.
Quem era agricultor na região foi morar em duas agrovilas, que –segundo os
moradores– não possuem estrutura adequada. “Tiraram três povoados instalados em
uma área boa, cheia de igarapés, córregos. Agora, a região sofre não somente
com a erosão, como a área virou um deserto. A tendência é virar área de
desertificação e ficar só com um capim rasteiro”, disse Sousa. http://santaritaemdebatema.blogspot.com.br
No que se refere à água
o Maranhão é detentor do maior número de rios perenes do Nordeste, e
consequentemente de água potável; sobre este aspecto as informações que seguem
servem como parâmetro sobre a Companhia responsável por gerir os recursos
hídricos do Estado. O Decreto Nº 2.653, datado de 6 de junho de 1966 cria a Companhia de
Saneamento Ambiental do Maranhão (CAEMA), sendo instituida em 29 de julho de
1966. A mesma tem a função de gerir a politica de saneamento básico do Estado
do Maranhão, além de planejar, coordenar, implantar, ampliar, construir e
explorar serviços de abastecimento de água e de esgoto. Composta atualmente por
1.638 empregados, distribuidos entre as Gerências de Chapadinha, Pinheiro,
Pedreiras, São João dos Patos, Santa Inês, Itapecuru, Presidente Dutra e
Imperatriz. A Companhia atende atualmente 156 municipios com água tratada.
Porém, no tange água tratada segundo dados da empresa, hoje, 74% da população do Maranhão recebe água tratada em suas residências e
19,7% dispõe de rede coletora de esgotos sanitários. Em São Luís, a CAEMA
abastece 931.191 habitantes, num percentual de 91%. Em relação à coleta de
esgotos, são beneficiados 387.000 pessoas, representando 38,6% da população da
capital.
GRIFO NOSSO – Este
órgão na realidade só segue uma linha explorar à água sem planejamento, para
ser comercializada, pois parece não haver visão de futuro, nem ao menos
campanhas educativas, atrelado a tudo isso os tópicos que seguem elencam os
principais tipos de agressão ao rio. Como exemplo, temos a criação de novos
bairros que não são planejados fazendo com que as ligações clandestinas só
aumentem o desperdício de água tratada.
Lixo Industrial
A cidade de Itapecuru-Mirim, juntamente com Rosário
soma juntas um dos maiores polos ceramistas do Estado, levando em consideração
apenas a geração de renda isso é um ponto positivo, entretanto, imensas
crateras são formadas para a retirada do barro, além é claro do grande número
de árvores que são cortadas para a exploração da lenha, que será queimada
durante a produção de telhas, tijolos, potes, jarros, panelas etc. Estas
empresas dificilmente compram madeira legalizada salvo alguns casos, pois na
zona rural muitos agricultores derrubam e queimam áreas maiores, do que
conseguirão beneficiar com o intuito de vender à lenha para as cerâmicas, com
isso grandes áreas são queimadas já que a nossa agricultura é demasiadamente
arcaica, e o pior é que essas áreas estão quase, que sempre próximas a córregos,
igarapés e do Itapecuru. Em Itapecuru-Mirim, o Igarapé do Covas é um exemplo
desses, pois recebe muitos dejetos que são despejados em seu leito provenientes
dessas empresas, e tais dejetos deixaram suas águas, barrentas e muito acidas;
além disso próximo a este igarapé até a construção deste texto funciona o lixão
da cidade de Itapecuru Mirim, daqueles a céu aberto onde todo o tipo de lixo é
jogado, em uma imensa cratera proveniente da extração de barro para cerâmicas,
que consequentemente está ligada a um pequeno córrego, que está ligado ao
Covas, que está ligado ao Igarapé do Itapecuruzinho, que deságua no rio, ou
seja, mais um dos tantos ciclos danosos ao rio. Tão preocupante como os
problemas já citados temos em Itapecuru Mirim o maior cemitério da Cidade,
localizado próximo ao Igarapé do Luís Antônio, onde provavelmente todo o
chorume chega facilmente ao leito do mesmo e consequentemente ao nosso rio.
Igarapé Luís Antônio em Itapecuru-Mirim, o mesmo
encontra-se quase que todo poluído e assoreado. Dezembro de 2013. Foto: Profº.
Esp. Tiago de Oliveira.
Postos de Lavagens de Veículos
Todos os municípios
possuem grande número de postos de lavagens de motos e carros, que funcionam na
sua grande maioria de maneira clandestina, quando existe alguma legalidade isto
se refere à apenas ao critério do alvará de funcionamento das prefeituras, no
que tange a utilização da água, tratamento e origem da mesma, localização dos
postos, parece que nada disso importa para as prefeituras, já que as
secretarias de meio ambiente estão quase que sempre, excluindo alguns
raríssimos casos atreladas às de agricultura, além de não possuir corpo técnico
capacitado, equipamentos de logística, por isso e outros motivos as leis
existentes não são cumpridas e as que dependem de regulamentação própria não
são criadas. Na cidade de Itapecuru-Mirim existe algo em torno de vinte postos
os conhecidos
“Lava-jatos”, que estão
sempre localizados ao lado de igarapés ou próximos do rio Itapecuru, por isso
todo o material oriundo das lavagens chega com facilidade ao leito do rio,
praticamente todos possuem poços artesianos, que também são perfurados a
revelia das normas de segurança ambiental fazendo com os lençóis freáticos
sejam atingidos com os mesmos resíduos, que o rio. Especulando em nível
estadual apenas a Bacia do Itapecuru, que conta com cerca de cinquenta e dois
(52) teríamos mais de mil (1.000) estabelecimentos, deste tipo jogando seus
dejetos no rio.
Posto de lavagem de
motos às margens do Igarapé do Pau de Arara um dos maiores afluentes, do
Itacuru dentro do perímetro urbano da cidade. Foto: Profº. Esp. Tiago de
Oliveira. 2015.
Esgotos Residenciais e Resíduos
Sólidos
A tabela da Agência
Nacional de Águas (ANA) mostra como é tratado à problemática do esgoto no
Maranhão, bom algum leitor pode até questionar, pois os dados apresentados são
do ano 2.000, contudo, é público e notório que nestes quinze anos nada
absolutamente nada de concreto foi feito para mudar esta realidade, só para ter
como exemplo cidades como: Rosário, Santa Rita, Itapecuru-Mirim, Cantanhede,
Pirapemas, Timbiras etc. não tratam um ml de seu esgoto residencial, o que
existe nestas cidades são apenas valas, que maculam o problema e fazem com que
o esgoto corra em direção ao rio discretamente, dando a ideia de que o problema
não é de ninguém.
Tudo Azul no Planeta Itapecuru – Inaldo
Lisboa, p. 191, 2005.
UMA LADAINHA
PARA O RIO ITAPECURU
Mirador!
Rogai pelo
rio.
Equiô!
Equiô! Equiô!
Fortuna!
Rogai pelo
rio.
Colinas!
Rogai pelo
rio.
Caxias!
Rogai pelo
rio.
Equiô!
Equiô! Equiô!
Codó!
Rogai pelo
rio.
Coroatá!
Rogai pelo
rio.
Equiô!
Equiô! Equiô!
Pirapemas!
Rogai pelo
rio.
Catanhede!
Rogai pelo
rio.
Itapecuru!
Rogai pelo
rio.
Rosário!
Rogai pelo
rio.
Equiô!
Equiô! Equiô!
Salve, Oh!
Nilo do Maranhão!
Nós
bradamos.
Esperança
nossa.
Agora, nessa
hora.
Para sempre.
O rio, o
rio, o Rio Itapecuru
Amém!
|
Mulheres lavando roupa
às margens do Rio, Povoado Boa Vista (Itapecuru-Mirim, agosto de 2012). Foto:
Profº. Esp. Tiago de Oliveira.
No caso acima, a
composição química dos produtos de limpeza, ao entrar em contato com a água
quebra a película superficial da mesma e faz com que o oxigênio que estar
dissolvido na água escape. Com pouco oxigênio os peixes, que precisam do mesmo
para respirar tendem a ficarem mais ofegantes, atrapalhando o desenvolvimento e
tornando-se assim presas fáceis aos seus predadores. Durante a lavagem muita
matéria orgânica é jogada no ambiente aquático outro perigo é o aumento de
algas que são prejudicais ao meio aquático em grandes quantidades por liberarem
toxinas e se beneficiam do ambiente com muito material para decompor causando a
eutrofização da água. Este último caso provavelmente é o responsável pelo sabor
ruim dos poucos peixes que ainda são capturados no Itapecuru, na época da
estiagem, os ribeirinhos já reclamam de tal fenômeno desde 2012, mais parece
que só agora esta informação chegou às autoridades competentes.
Veja esta matéria
publicada no blog: http://alvoradanoticias.blogspot.com.br. Acessado,
em 17/07/2015.
Não é de hoje que o Rio Itapecuru vem sofrendo sérios danos ambientais
em consequência da ação humana. A mais recente, é a suspeita de que produtos
químicos estejam sendo lançados diretamente nas águas, e isso tem causado
muitos prejuízos com a contaminação do liquido e até mesmo a mortandade dos
peixes, fato que vem acontecendo com frequência nas comunidades Ribeirinhas de
Santa Rita e Itapecuru-mirim. Por conta disso, autoridades Municipais dos dois
municípios se reuniram na câmara municipal Itapecuru para buscar meios de se
investigar de onde está partindo o problema considerado grave.
Participaram do encontro, o secretário Municipal de meio ambiente e
agricultura de Santa Rita, Valter Carvalho, Francisco das chagas Amorim -
secretário de meio ambiente e agricultura de Itapecuru, João Damásio Garcia –
coordenador da pesca e vereador, Eliane Cardoso Santos – Vereadora, Gizelma da
Costa Mesquita - coordenadora da vigilância sanitária, César Roberto Nascimento
Guimarães - engenheiro ambiental, Francisca Jaqueline – técnica química
da CAEMA, Luzilene Pacheco – presidente da colônia de pescadores Z40, Edvaldo
Pereira Lima – presidente da associação de moradores do Povoado leite, entre
outros.
Durante a
reunião foi escolhido uma comissão para se deslocar até a capital e assim
procurar os órgãos competentes. Logo de imediato, foi definido o recolhimento
da água e lama do rio para serem analisados nas universidades UEMA e UFMA em
São Luis. Segundo o secretário, Valter carvalho, o assunto é sério mais do que
se imagina e tem que se tomar medidas emergenciais. “Nas comunidades
Ribeirinhas de Santa Rita os peixes estão morrendo, a água está causando
irritação na pele de quem banha diretamente no rio, sem falar no risco ao tomar
esse liquido contaminado. Então essa reunião foi muito proveitosa, de maneira
que o primeiro passo foi dado”. Para o secretário Francisco das Chagas Amorim,
a secretária municipal de meio ambiente do município de Itapecuru já tinha
conhecimento do problema a três anos, com o agravamento do problema medidas
serias terão que se tomadas[...] Agora é só esperar para ver no que vai dar, ou será apenas como
tantos outros projetos e seminários que serão demonstrados no tópico “Salvem o Itapecuru”.
Aterros
Urbanos
Desde os primórdios da colonização
as populações ribeirinhas sentiram necessidade de construir pontes, ruas,
aterros, estradas vicinais etc. Que por vezes mudavam o curso natural de
córregos, igarapés e assoreavam a margem dos rios e infelizmente causaram o
desaparecimento de lagos, lagoas e áreas que eram alagadas durante as cheias
essas áreas contribuíram também para construção de moradias, agricultura e para
favorecer o acesso terrestre entre as populações vizinhas. Veja estas imagens
abaixo:
Expedição Estradas do Maranhão em, 1928 chefiada
pelo então Presidente da Província do Maranhão Magalhães de Almeida. Página 36.
Imagens Deputado Arthur Magalhães. As mesmas já trazem o panorama em foco, ou
seja, a necessidade abrir estradas, construir pontes, interligar... – Alto Itapecuru.
Todos os biomas
supracitados serviam tanto como deposito natural das águas da chuva, que
escoriam naturalmente no seu último ciclo para os rios como o Itapecuru, como
para a reprodução dos peixes e de toda a vida silvestre que depende direta ou
indiretamente da boa oferta de água dessas regiões. No capítulo
“O RIO ITAPECURU E A COLONIZAÇÃO DO
MARANHÃO” será abordado os primórdios dessa agressão pela lavoura com a
presença europeia no interior do Estado, que ocorreu inicialmente pelo bioma em
tela, trazendo graves consequências ambientais, pois, o mesmo já sofre com a
colonização predatória há mais de trezentos (300) anos.
Pois, todas as cidades
ribeirinhas, ora ou outra, ao longo destes quase quatro (4) séculos de
exploração agridem o Itapecuru, por conta principalmente de um crescimento
desordenado, deixando toda a cadeia hídrica do rio a mercê da própria sorte.
As imagens abaixo
mostram ora a beleza das áreas alagadas às margens da BR 222, na entrada da
cidade de Itapecuru-Mirim (sentido São Luís – Itapecuru-Mirim) e o intenso
aterro, que as mesmas sofrem pelas construções sem o mínimo de planejamento e
controle ambiental. Estes aterros são constituídos principalmente de lixo
doméstico, de construções e todo o resto, este material vai ao longo se decompor
e toda a carga de poluentes aos poucos vai infiltrar e chegar aos lençóis
freáticos e ao rio causando mais agressões ainda.
Foto: Prof. Esp. Tiago de Oliveira
– Campos alagados e área já aterrada, em Itapecuru-Mirim, 2014.
Locais como os das fotos
acima são comuns em toda extensão do rio e durante as cheias estes locais
recebem garças, socós, frangos-d’água, marrecas, maçaricos, jaçanãs, várias
espécies de peixes este espetáculo da vida está seriamente ameaçado de
extinção. Não é possível deixar de citar a retirada de areia para a construção
civil por meio de dragas instaladas à revelia da legislação ambiental e da
retirada por meio de pás, que escavam a encosta das barreiras fazendo enormes
buracos, que aos poucos vão sendo encobertos pelas barreiras que quebram, e
assoreiam rio.
Ainda
sobre a ocupação desordenada, até meados dos anos 90 do século XX existia na
localidade Areias, município de Santa Rita e na cidade de Itapecuru-Mirim um
tipo de bar suspenso na margem do rio conhecido como flutuante; este jogava
todos os seus dejetos no mesmo, atualmente na maioria das cidades ribeirinhas
como Rosário, Cantanhede, Pirapemas, Coroatá, Colinas Itapecuru – Mirim etc.
existe as chamadas Av. Beira Rio, que mais uma vez são cheias de bares, que só
servem para poluir o já tão castigado rio.
Mais uma vez isto não é um problema novo, porém agora ocorre em grandes
proporções. Veja:
Diário
de S. Luiz – maranhão, 4 de dezembro de 1920. – GRAFIA
DA ÉPOCA.
“OS
ABUZOS NO INTERIOR”
Picos (ATUAL COLINAS) – Caetano Sipauba, contra o disposto no código
de posturas municipais, acaba de cercar o lugar denominado Jorge, inclusive
parte da Praça Dias Carneiro, à margem direita do Rio Itapecurú, logradouro público,
único, que ainda tínhamos para banhos, e onde as lavadeiras iam desempenhar o
seu mister. No inicio da pratica dessa infração, a câmara reunida em sessão
ordinária, chamou a atenção do Prefeito, pedindo providências, afim de cessar
esse abuzo. O Prefeito continua indiferente. A matéria à cima demonstra que o
sentido de propriedade particular do rio acontece, desde os tempos da
colonização, chegou ao século XX e ainda perdura no XXI.
Esta questão da ocupação irregular
continua até os nossos dias e de maneira muito mais danosa, um exemplo bem
claro é o que está acontecendo entre a sede do Município de Itapecuru e a Foz
do Igarapé do Ipiranga, onde novos lotes estão sendo criados e vendidos para
construção de sítios as margens do Itapecuru.
O texto
faz parte do livro inédito “Caminhos do Itapecuru” de autoria do professor
Tiago Oliveira
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