Por: Assenção Pessoa
A rápida transformação
urbana se deu em função da Revolução Industrial (1760/1840. Foram
às transições para novos processos de manufatura substituindo métodos de
produção artesanal para a produção por máquinas, com isso o surgimento de novos
produtos químicos, novos processos de produção de ferro, A revolução teve
início na Inglaterra e migrando para Europa Ocidental e Estados Unidos),
onde o avanço das cidades é notável com as megacidades e as cidades
globais. A urbanização e o crescimento
urbano estão intimamente relacionados e tem como consequência o surgimento das
grandes metrópoles e megalópoles. A grande maioria das cidades de uma área ou
de uma região já não vive mais isolada. Entre elas há uma rede de ligação em
que provoca um sistema de relações que envolvem o fluxo de mercadorias,
pessoas, serviços e informações. Esse sistema se chama de Rede Urbana.
A
classificação das megacidades é feita pelo número de habitantes. Não têm
qualquer relação com política ou economia. Cidades com mais de 10 milhões de
habitantes são classificadas com megacidade. Já as cidades globais, não
envolvem habitantes, e sim a economia, os serviços, as finanças, as
telecomunicações entre outras infraestruturas. Como exemplo, temos: Tóquio,
Londres, Cidade do México e São Paulo. As
cidades podem ser mega e global ao mesmo tempo.
A Globalização, economia
globalizada, essa grande novidade de ordem mundial, trouxe a revolução dos
meios de transporte e das comunicações. As notícias, os fatos são transmitidos
em tempo real, no exato momento em que estão acontecendo, como por exemplo, a
Copa de Mundo da FIFA 2014, realizada no Brasil, as corridas de Fórmula 1, as
tragédias no Oriente Médio, na África,
enfim, tudo que ocorre no mundo. Itapecuru
Mirim também sofre as influencias das cidades globais. Há 40 ou 50 anos atrás,
de cada dez pessoas, três viviam na zona rural. Atualmente temos mais gente na
cidade do que no campo. Essa é a hierarquia que trazemos ao longo da história e
do desenvolvimento urbano. No entanto, estamos perdendo nossas raízes culturais
por conta das descargas de informações externas e exóticas que adentram a nossa
Itapecuru Mirim. Por exemplo, o nosso conjunto de tradições, como o Tambor de
Crioula, crenças, costumes e hábitos e tudo que envolve a vida do itapecuruense.
Nosso folclore, os banhos cheirosos, oração populares, a festa da queimação do
Judas, as brincadeiras infantis, como boca de forno, amarelinha, dança de roda,
jogar peão, empinar papagaio, jogar bolinhas de gude e outras brincadeiras e
danças estão ficando obsoletos frente às armadilhas da internet, jogos
robóticos e vídeos games.
Mas
a Globalização tem seu lado bom. Com a Globalização veio à revolução
técnico-científica, o encontro da ciência com a engenharia, com isso, a
revolução da indústria da informática, da biotecnologia aplicada à medicina e a
produção de alimentos, os avanços e expansões tecnológicas. São os sistemas digitais tem ganhado cada vez
mais espaço. Empresas globais invadem os municípios e seus povoados e
assim todas as pessoas podem aproveitar das vantagens que este espaço mundial
oferece. É por causa dessa globalização regionalizada que os países se
fortalecem e procuram agrupar-se para enfrentar a concorrência no mercado
mundial. Com a globalização o comercio em Itapecuru Mirim se expandiu, o
dinheiro circula com mais intensidade e a cidade cresceu, ainda que de forma
desordenada, mas cresceu.
Assim
acontece a formação dos blocos econômicos, onde todos nós somos influenciados a
consumir produtos que às vezes nem precisamos e a incorporar culturas que não
são nossas. É através da globalização de ideias que somos moldados a fazer
parte de uma cultura mundial, assim tomamos como “nosso”, o modo de vestir, de falar, o modo de pensar e agir, ou
seja, outras culturas, outros valores. Quando Você toma uma Coca-Cola, usa uma
roupa de marca, liga a TV, está servindo ao mundo globalizado. Daí a
importância de preservar nossa cultura local sob o risco de perder nossa
identidade. Devemos valorizar a cultura do nosso país, Estado e principalmente
do nosso Município, ameaçada de desaparecer como as fronteiras do capital e do
comércio e da cultura mundial. É aí que entra o lado negro da globalização. O
crime organizado se beneficia das novas tecnologias, o tráfico de drogas, de
pessoas, o terrorismo, a exploração sexual de crianças e mulheres, tudo isso
graças ao mundo globalizado. Já é percebido em nossa cidade o grande aumento de
pontos de venda de todo tipo de drogas, a violência em todos os sentidos, um
índice acentuado de acidentes no trânsito, assassinatos, assaltos e roubos,
pedofilia, vícios, corrupção, abuso de poder. Itapecuru Mirim está sendo
engolida por esse transtorno, essa anomalia que vem com a globalização. As
desigualdades se refletem todos os dias, a fome e a miséria, o desemprego, que
também aportam em todas as demais cidades: é
a globalização da pobreza. Podemos sentir na pele essa desarmonia social
provocada pela globalização.
Hoje
se protesta por uma globalização mais igualitária, com a erradicação da miséria
e o respeito às pessoas e ao meio ambiente. Mas é preciso que saiamos desse
estado de anestesiado, paralisados e comecemos a interferi para modificar de
forma benéfica os processos de globalização. Sair desse estado de comodismo em
que nos encontramos, e assim, além de nos indignar com situações desfavoráveis,
possamos também servir como instrumentos de mudança.
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