domingo, 14 de fevereiro de 2016

ARTIGO DE OPINIÃO: ITAPECURU MIRIM E A GLOBALIZAÇÃO


Por: Assenção Pessoa

                       A rápida transformação urbana se deu em função da Revolução Industrial (1760/1840. Foram às transições para novos processos de manufatura substituindo métodos de produção artesanal para a produção por máquinas, com isso o surgimento de novos produtos químicos, novos processos de produção de ferro, A revolução teve início na Inglaterra e migrando para Europa Ocidental e Estados Unidos), onde o avanço das cidades é notável com as megacidades e as cidades globais.  A urbanização e o crescimento urbano estão intimamente relacionados e tem como consequência o surgimento das grandes metrópoles e megalópoles. A grande maioria das cidades de uma área ou de uma região já não vive mais isolada. Entre elas há uma rede de ligação em que provoca um sistema de relações que envolvem o fluxo de mercadorias, pessoas, serviços e informações. Esse sistema se chama de Rede Urbana. A classificação das megacidades é feita pelo número de habitantes. Não têm qualquer relação com política ou economia. Cidades com mais de 10 milhões de habitantes são classificadas com megacidade. Já as cidades globais, não envolvem habitantes, e sim a economia, os serviços, as finanças, as telecomunicações entre outras infraestruturas. Como exemplo, temos: Tóquio, Londres, Cidade do México e São Paulo. As cidades podem ser mega e global ao mesmo tempo.
                       A Globalização, economia globalizada, essa grande novidade de ordem mundial, trouxe a revolução dos meios de transporte e das comunicações. As notícias, os fatos são transmitidos em tempo real, no exato momento em que estão acontecendo, como por exemplo, a Copa de Mundo da FIFA 2014, realizada no Brasil, as corridas de Fórmula 1, as tragédias no Oriente Médio, na África,  enfim, tudo que ocorre no mundo. Itapecuru Mirim também sofre as influencias das cidades globais. Há 40 ou 50 anos atrás, de cada dez pessoas, três viviam na zona rural. Atualmente temos mais gente na cidade do que no campo. Essa é a hierarquia que trazemos ao longo da história e do desenvolvimento urbano. No entanto, estamos perdendo nossas raízes culturais por conta das descargas de informações externas e exóticas que adentram a nossa Itapecuru Mirim. Por exemplo, o nosso conjunto de tradições, como o Tambor de Crioula, crenças, costumes e hábitos e tudo que envolve a vida do itapecuruense. Nosso folclore, os banhos cheirosos, oração populares, a festa da queimação do Judas, as brincadeiras infantis, como boca de forno, amarelinha, dança de roda, jogar peão, empinar papagaio, jogar bolinhas de gude e outras brincadeiras e danças estão ficando obsoletos frente às armadilhas da internet, jogos robóticos e vídeos games.
Mas a Globalização tem seu lado bom. Com a Globalização veio à revolução técnico-científica, o encontro da ciência com a engenharia, com isso, a revolução da indústria da informática, da biotecnologia aplicada à medicina e a produção de alimentos, os avanços e expansões tecnológicas. São os sistemas digitais tem ganhado cada vez mais espaço. Empresas globais invadem os municípios e seus povoados e assim todas as pessoas podem aproveitar das vantagens que este espaço mundial oferece. É por causa dessa globalização regionalizada que os países se fortalecem e procuram agrupar-se para enfrentar a concorrência no mercado mundial. Com a globalização o comercio em Itapecuru Mirim se expandiu, o dinheiro circula com mais intensidade e a cidade cresceu, ainda que de forma desordenada, mas cresceu.
Assim acontece a formação dos blocos econômicos, onde todos nós somos influenciados a consumir produtos que às vezes nem precisamos e a incorporar culturas que não são nossas. É através da globalização de ideias que somos moldados a fazer parte de uma cultura mundial, assim tomamos como “nosso”, o modo de vestir, de falar, o modo de pensar e agir, ou seja, outras culturas, outros valores. Quando Você toma uma Coca-Cola, usa uma roupa de marca, liga a TV, está servindo ao mundo globalizado. Daí a importância de preservar nossa cultura local sob o risco de perder nossa identidade. Devemos valorizar a cultura do nosso país, Estado e principalmente do nosso Município, ameaçada de desaparecer como as fronteiras do capital e do comércio e da cultura mundial. É aí que entra o lado negro da globalização. O crime organizado se beneficia das novas tecnologias, o tráfico de drogas, de pessoas, o terrorismo, a exploração sexual de crianças e mulheres, tudo isso graças ao mundo globalizado. Já é percebido em nossa cidade o grande aumento de pontos de venda de todo tipo de drogas, a violência em todos os sentidos, um índice acentuado de acidentes no trânsito, assassinatos, assaltos e roubos, pedofilia, vícios, corrupção, abuso de poder. Itapecuru Mirim está sendo engolida por esse transtorno, essa anomalia que vem com a globalização. As desigualdades se refletem todos os dias, a fome e a miséria, o desemprego, que também aportam em todas as demais cidades: é a globalização da pobreza. Podemos sentir na pele essa desarmonia social provocada pela globalização.

Hoje se protesta por uma globalização mais igualitária, com a erradicação da miséria e o respeito às pessoas e ao meio ambiente. Mas é preciso que saiamos desse estado de anestesiado, paralisados e comecemos a interferi para modificar de forma benéfica os processos de globalização. Sair desse estado de comodismo em que nos encontramos, e assim, além de nos indignar com situações desfavoráveis, possamos também servir como instrumentos de mudança.


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