Por:
Jucey Santana
Advogado, Professor, jornalista e
político João da Silva Rodrigues nasceu
em Cantanhede, na época pertencente
ao município de Itapecuru Mirim, em 24 de junho de 1901. Era filho de Antônio Rodrigues e Florinda Silva
Rodrigues. Na intimidade era conhecido por Sinhô pelos familiares e amigos de infância.
Após o falecimento do pai, passou a ser criado
pelo casal Paulo Antônio Simão e
Celina Rodrigues Simão, integrando-se
desde muito novo nos movimentos culturais de Cantanhede e Itapecuru Mirim. Fez o Científico no Liceu Maranhense
e ingressou na Faculdade de Farmácia onde cursou até o segundo ano. Interrompeu
os estudos para ingressar no Exército Brasileiro, chegando a Segundo Sargento, tendo sido condecorado
por bravura pela sua participação na
Revolução Paulista de 1932.
Professor e
Jornalista
Ainda na mocidade, entre os anos de 1919 e 1921, foi membro
correspondente da Revista Maranhense,
em Cantanhede, dirigindo a agência local enquanto seu colega Manfredo Viana era
o representante da agência em Itapecuru
Mirim, da renomada revista literária
Em de
1935 assumiu a direção do Instituto Rio
Branco, colégio fundado pelo professor Newton de Carvalho Neves em 2 de abril de 1926. A escolha de João Rodrigues para dirigir a
escola, deu-se pelo fato de já ser professor da instituição e dos reconhecidos valores educacionais e culturais
que era possuidor. O
Instituto funcionou até o ano de 1948, já combalido por dificuldade de
ordem financeira, em face de ter perdido a subvenção do Estado.
. Em dezembro de 1935 João
Rodrigues fundou o jornal “A Gazeta”. Por ser um órgão noticioso e político, foi
muito perseguido tendo que encerrar suas
atividades no final de 1936. Em maio de
1938, depois que foi absolvido de todas as acusações, o jornalista reabriu “A Gazeta” com nova roupagem, novas seções, dando
ênfase à instrução, lavoura e pecuária, porém, mantendo a característica
inicial de órgão independente.
Em 1939 encerrou definitivamente as atividades
do jornal, com o estabelecimento do
Estado Novo, que implantou novas regras de censura aos meios de comunicações.
Em dezembro de 1946 começa a circular o novo jornal de João Rodrigues, o “Trabalhista”, que circulou até o ano de
1952. Fez jornalismo sério, que até os
oposicionistas o admiravam.
João Rodrigues, o Político.
Foi
político atuante contra a ditadura e desmandos do Estado Novo, implantado por
Getúlio Vargas, através do jornal Trabalhista. Em 1947 quando eram dados os primeiros passos
para a redemocratização do país, João
Rodrigues se lançou candidato a vereador, pelo partido PTB, sendo eleito em dezembro. Foi
combativo, contra más
administrações e a inércia do Poder
Público . Enfrentou árdua luta, contra a oposição. Em 7 de agosto de 1950 renunciou ao mandato
de vereador para candidatar-se à Prefeitura, tendo Luís Bandeira de Melo como seu vice, contra a
chapa de Felício Cassas e Paulo
Guilherme Rodrigues. Nas eleições de 3
de outubro de 1950 saiu vitorioso no pleito porém, não tomou posse no dia 31 de janeiro de 1951 por força de um
mandado de segurança impetrado pelo advogado do grupo governista, José Bento
Neves, (filho de Newton Neves), que impugnou
o pleito, alegando
irregularidades nas seções eleitorais de Cantanhede e Cachimbos.
O
Tribunal Regional Eleitoral determinou eleições suplementares nas duas seções,
o que ocorreu somente no segundo semestre de 1952, confirmando o favoritismo de
João Rodrigues. Durante um ano e nove meses que durou o processo da eleição
passaram pela Prefeitura cinco gestores: Abdalla Buzar Neto, Luís Gonzaga Bandeira
de Melo, Caetano
Martins Jorge (juiz de Direito), Paulo Guilherme Rodrigues e Orlando Mota.
Em 17
de setembro de 1952, João Rodrigues foi diplomado prefeito de Itapecuru Mirim
pelo Tribunal Regional Eleitoral, e em
16 de outubro tomou posse como prefeito. Administrou Itapecuru Mirim em
duas gestões: de 1952 a 1956 e de 1966 a
1970 com relevantes serviços prestados
ao município.
Como Prefeito,
construiu as praças de Santa Cruz
e Gonçalves Dias, dotando-as de calçamento e de jardinagem. Foi responsável por construções e
reforma de muitos colégios. Construiu a Escola
Mariana Luz, (1970) e o Clube das Mães
(1968). Idealizou um
Plano Diretor de Urbanização e Embelezamento da cidade. Fez mais de 4.000 metros quadrados de
calçamento e 3.000 metros quadrados de revestimento primário nos principais
logradouros da cidade; construiu estradas e grande número de pontes e ruas.
Vale
citar o trecho de uma correspondência
enviada a João Rodrigues pelo jornalista itapecuruense Zuzu Nahuz, por ocasião
da posse como prefeito:
Sei
que minha terra deve estar agora iluminada pelo novo Sol, a espalhar os raios
sobre as campinas verdejantes do Luís Antônio, do Morro do Diogo e da Casa
Queimada. Cabe a você, meu caro João
Rodrigues, levantar a nossa Itapecuru, que dormita, há quase três séculos, à
margem do rio cujo marulhar das águas
embalou os nossos primeiros sonhos (...). Você precisa olhar com clemência a velha e legendária cidade dos
jesuítas (...). Que possamos dentro de pouco tempo, dizer que João Rodrigues
trabalhou igualmente a Bernardo Thiago de Matos e Miguel Fiquene... (O Combate, 25.10.1952).
Casou-se em 10 de março de 1931,
em Cantanhede, com Alice Brenha Rodrigues com quem teve os seguintes filhos:
Maria de Galileia, Wagner, Antônio Olívio, Marlene, Ieda, Florise, Florinda,
Raimunda Nonata, Carlos Magno e Elza Maria.
Ficando viúvo, contraiu novas núpcias com Maria Lenice Serra Rodrigues.
Desta união nasceram dois filhos: Carlos Alberto e Maria Elza
João Rodrigues era modesto e simples por índole.
Completamente avesso a ostentações. Lembrá-lo é ter sempre em mente padrões de
honestidade e honradez.
Após se aposentar, pela Ordem dos
Advogados do Brasil, fixou residência em São Luís, onde faleceu em 4 de
dezembro de 1973.
João da Silva Rodrigues, é patrono da cadeira 18
da Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes – AICLA.
Fiz aulas para o exame de admissão ao ginásio, em 1959, com o Professor João Rodrigues.
ResponderExcluirParabéns, Jucey, por mais este resgate da memória itapecuruense"
Obrigada confreira Benedita Azevedo. Sinto-me honrada com o seu comentário. Agradeço também os familiares do professor João Rodrigues pela recepção calorosa ao texto biográfico grande mestre.
ResponderExcluirPARABENS Dra. Jucey...é lindo rever a história da Linda Cidade de Itapecuru Mirim...👏👏👏👏👏👏parabens ao prefeito Joāo Rodrigues...
ResponderExcluirPrezado Jucey Santana, obrigado pelo colocado da vida política e profissional de nosso pai João da Silva Rodrigues, apreciaria que fosse incluido o nome de Getúlio Brenha Rodrigues filho de João e Alice Brenha Rodrigues o que agradeço.
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