Por: Tiago de Oliveira
Distante
22 km da sede do município de Itapecuru Mirim o Povoado do Pau Nascido tem como
característica mais peculiar o seu nome, que segundo reza a lenda surgiu,
quando o cearense da cidade de Sobral, Luís Antônio teria chegado à localidade
por volta da segunda metade do século XIX, com seus familiares e para proteger
sua família das adversidades do tempo teria construído uma casinha simples e
para isso cortado os galhos de uma árvore sem arrancar o seu tronco do solo e
por isso os galhos voltaram a crescer; ficando assim a referência da casa do
pau nascido, denominação que viria batizar toda a comunidade
posteriormente.
Muito
da história da localidade se perdeu com o tempo, contudo, sabe-se que um dos
filhos de Luís Antônio foi Anastácio Rodrigues de Melo, que trouxe-se ao mundo
Miguel Arcanjo de Melo pai de Tomaz Davi de Melo nascido na comunidade em tela,
em 31 de dezembro de 1901, falecido em 30 de dezembro de 1998. Outro fato bem
curioso da comunidade é a altura dos moradores nascido na comunidade, que é bem
maior do que a das pessoas do município ficando na média do 1m e 80 cm isso
homens e mulheres.
Luís
Antônio anos depois se mudou para a sede do município vindo a residir nas
proximidades do Igarapé, que hoje leva o seu nome, pois, suspostamente este
teria sido vitima de afogamento nas águas do mesmo, que neste tempo era
preservado e bem mais caudaloso.
As
terras que compõem a comunidade somam 46, 06 hectares, que foram adquiridos
logo na chegada dos primeiros moradores, seu registro oficial encontra-se no
Cartório do 1º Ofício desta Cidade MA, no Livro 3 – F, folha 212.
A
comunidade realiza há quase cem anos a Festa do Bolo, sobre este fato a Imortal
da Academia Itapecuruense de Letras, Ciências e Artes (AICLA), Jucey Santana
publicou em seu Blog de Cultura, o seguinte:
A festa do bolo, de acordo com
os informes dos primeiros, é uma cultura passada de gerações e gerações dos
paunascidenses, desde o “antigo século”. Segundo eles depois de alguns óbitos nas derrubadas da
mata, para as roças, pelo fato da
abundância de madeira de lei com troncos imensos, que muitas vezes caiam em cima do lavrador
matando-o, também perigos com as cobras
e emboscadas. Então um antigo morador chamado, Tomaz Davi Melo, fez uma
promessa a Nossa Senhora do Livramento para proteger o seu povo com rezas e
oferecimento de bolo às comunidades vizinhas, depois das queimadas. Em 1901
fizeram a primeira festa organizada do bolo. Antes era só a promessa com rezas.
A festa a marcava o término da derrubada e
começo do plantio, de acordo com a lua, entre os meses de outubro e novembro. O
mais interessante é que o bolo cresce a cada ano, reunindo adeptos e
simpatizantes em torno da tradição.
A tradição é mantida, ocasião que a comunidade
se une com a família organizadora, escolhida por sorteio no ano anterior, na
fabricação do grande bolo de puba, (bolo podre), feito com leite babaçu, erva
doce, canela e açúcar que é oferecido à comunidade e visitantes. Atualmente a
festa mistura o religioso com o profano, em uma tradição das famílias em torno
de uma Associação de Moradores que congrega 30 famílias.
Além
da manifestação supracitada a comunidade realiza o grande festejo em homenagem
a Nossa Senhora de Santana no dia 25 de julho de cada ano, a mesma já acontece
há mais 50 anos, contudo, encontra-se em declínio.
O
Povoado Pau Nascido possui casas dispersas umas das outras, com dois pequenos
núcleos maiores, que ao todo somam cerca de 18 casas, que abrigam
aproximadamente 70 moradores. A energia
elétrica chegou ao povoado no ano 2.000, o primeiro colégio em 2002, que serve
atualmente aos alunos da Educação Infantil até ao 5º ano do Fundamental I. a
Capela existente é em homenagem a Nossa Senhora da Conceição.
Os
principais problemas da comunidade são a falta de água potável, principalmente
no período da estiagem, que se soma a ausência de posto médico, estrada vicinal
em péssima condição de trafego, além das queimadas e do lixo que não tem o
tratamento adequado.
A
geração de renda depende das roças tradicionais, onde são plantados milho,
arroz, mandioca, feijão etc. E dos programas sociais do Governo Federal.
Muito boa a matéria. É preciso que conheçamos as formações dos povoados itapecuruenses, para compreender mais sobre a nossa história. Parabéns Tiago e Jucey.
ResponderExcluirObrigada, amiga Assenção. Colocamos o nosso espaço a disposição da cultura itapecuruense, e tenho me surpreendida com os textos memorialistas resgatando o nossa secular história.
ResponderExcluirObrigada, amiga Assenção. Colocamos o nosso espaço a disposição da cultura itapecuruense, e tenho me surpreendida com os textos memorialistas resgatando o nossa secular história.
ResponderExcluirA Academia Itapecuruense de Ciências, Letras e Artes, cumpre a sua função de trazer à luz a história de seus patronos. Parabéns ao professor Tiago Oliveira pelo resgate da história do povoado "Pau Nascido", que eu não conhecia. Parabéns, Jucey pela dedicação e empenho na construção dos capítulos desconhecidos da história de Itapecuru.
ResponderExcluirMeu reconhecimento e apreço aos confrades
Benedita Azevedo