Por: Jucey Santana
Antônio
Olívio Brenha Rodrigues nasceu em Cantanhede, na época distrito de Itapecuru
Mirim, em dois de julho de 1935. Filho
de Alice Brenha Rodrigues e do professor e jornalista João da Silva Rodrigues.
Antônio seguiu profissionalmente os passos do
pai no ofício do magistério dedicando-se à arte de ensinar, desde muito jovem. Lecionou
em alguns colégios de Itapecuru.
Ele teve valor importantíssimo na
difusão de conhecimentos pela paixão que tinha pelas letras, como poeta, demonstrando
também competência como auxiliar do pai na gestão administrativa
do município.
Dotado de muita inteligência
e memória inigualável, estudou várias línguas estrangeiras fazendo cursos via
rádio ou por correspondência. Falava fluentemente, francês, inglês, espanhol e
lia o alemão. O último curso que fez foi
o russo, que não chegou a falar, mas lia e traduzia. Era ouvinte contumaz da
Rádio BBC de Londres. Não conseguiu realizar os seus sonhos, que era ser
diplomata. Passou no vestibular em São Luís (MA) para seguir a carreira, porém as
dificuldades próprias da época, principalmente de ordem financeira o impediram.
Como poeta, professor e poliglota
dedicou-se a difundir as letras em escolas e no jornal Trabalhista, fundado por
seu pai em 1946, sendo redator.
Foi Diretor Regional do Departamento
de Estradas e Rodagens - DER em de Itapecuru Mirim (Residente), de 1958 a 1960,
quando foi transferido para a cidade de Codó ficando à frente daquele Departamento
até 1962. Em Codó lecionou inglês no Ginásio Codoense.
Alegre, festeiro, gostava de serestas e pescaria com amigos. Em
1963 durante as comemorações pela aprovação no concurso do Banco do Brasil, com
familiares e amigos, em Itapecuru Mirim, agravou-se uma enfermidade
pré-existente e faleceu em 30 de agosto de 1963, com apenas 28 anos.
FLORES
NEGRAS
Antônio Olívio
Flores
Negras!... Outrora foram belas,
Meigas
e puras como os olhos teus;
Hoje
o negror envolve as pobres, elas,
Que
te amam tanto como se ama a Deus!
Eram
tão brancas!... Níveas como aquelas,
Mãos
que colheram entre os dedos seus,
Em
teu calor murcharam e hoje em vê-las,
Inundam-se
de pranto os olhos meus.
Também
meu coração como estas flores,
Quando
embalavas em gentis amores,
Junto
de ti exalou melhor paixão.
Se
as flores, mortas, ao rosal lançaste,
Porque
quando morreu, não atirastes,
De
volta ao peito meu, minha ilusão?
Jornal
Trabalhista, 2.2.1952
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