Por Geraldo Lopes
A cada dia que passa
A água fica escassa
O Maranhão que é rico
Em bacia hidrográfica
Três colegas nas
fronteiras
Separando o meu Estado
O Parnaíba, o Gurupi.
O Manoel Alves Grande
Todos eles afamados
Mesmo assim não tenho
inveja
Já fiz muito por meu
povo
Já matei a sua fome
E saciei a sua sede
Fui bonito quando novo
Hoje me sinto cansado
Vagaroso e turbulento
Minhas águas vão
descendo
Com ajuda desses
ventos.
Das pessoas que ajudei
Fui jogado apedrejado
Desmatado envenenado
Só ouço alguém dizer
Não deixe o rio morrer
Tão ficando
envergonhado.
Quero pedir a vocês
Deixem-me em paz, por
favor,
Devido ao desmatamento
Causando assoreamento
Aumenta mais minha dor.
Meu sofrimento é
constante
Quando se fala em
vazante
Percebo com lucidez
Atrás está vindo o
veneno
Tanta maldade em vocês.
Que foi que fiz a
vocês?
Por que tanta
crueldade?
Os peixes estão
morrendo
De tanta barbaridade.
Do lixo tenho o pavor
Tão jogando no meu leito
A coisa fica sem jeito
Eu peço meu protetor
Oriente esse povo
Pra amenizar minha dor.
Agora vou lhe mostrar
A minha biografia
Lá na serra da Croeira
Nasci com muita
alegria.
Passando por dez
cidades
Que eu chamo estação
Mirador é a primeira
Estação da tentação.
Colinas é a segunda
A fazer a poluição
Caxias é a terceira
A fazer destruição.
Seguindo para Codó
Timbiras e Coroatá
Se alguém não agir
sério
Eles vão é me matar
Nessas cidades que eu
passo
Só querem me explorar
Pirapemas e Cantanhede
Estão no rol das outras
Continuo a desaguar
Seguindo o meu percurso
Eu pensei na solução
A próxima tem o meu nome
Confio nos meus irmãos
Chegando a Itapecuru
Foi grande a decepção
Vou chegando ao meu
final
Fazendo-me estar feliz
Recebi um grande corte
Chamado ITALUÍS.
Querendo matar a sede
Do povo de São Luís
Rosário que é a última
Das estações da maldade
Não difere uma da outra
De nenhuma sinto
saudade
1.450 quilômetros
Percorri com muita fé
Chegando ao meu destino
Baia de São José.
Texto do livro inédito,
Inspirações de Poetas itapecuruenses”.
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