Por: Benedito Buzar
Durante anos, o silêncio sepultou
os motivos que levaram a Bolívia a indicar um cidadão para exercer as funções
de cônsul em São Luis, cidade despovoada de grupos ou famílias bolivianas, que
justificassem a presença de um representante do corpo diplomático, para tratar
de assuntos de interesse daquele país no Maranhão.
Foi nesse vácuo, que veio à tona
uma informação sem caráter oficial ou oficioso, de autoria ignorada e de origem
desconhecida, que circulou em São Luis, sob a forma de lenda, e como tal, pode
ou não ser verdadeira.
Como lenda, conta-se que no final
dos anos 1950, o embaixador da Bolívia, no Brasil, ouvia o seu rádio, no Rio de
Janeiro, então capital da República, quando, por acaso, sintoniza uma emissora
de São Luis, e ouve um entusiasmado locutor esportivo, transmitindo uma partida
de futebol, no estádio Santa Isabel.
Já ia mudar de estação, eis que é
tomado de súbita e brutal surpresa. O locutor, em altos brados, dizia: – Mais
de cinco mil bolivianos ruidosamente comemoram a sensacional vitória do Sampaio
Correia sobre o seu maior adversário, o Moto Clube.
Foi o bastante para, no dia
seguinte, o diplomata boliviano fazer uma exposição de motivos ao ministro das
Relações Exteriores e pedir a nomeação de um patrício para cônsul da Bolívia em
São Luis.
De acordo ainda com a lenda, o
governo da Bolívia imediatamente atendeu ao pedido do embaixador. O cônsul, uma
figura humana afável e simpática, enfronhou-se facilmente na sociedade,
casou-se com uma maranhense e construiu uma família sólida. Aqui permaneceu até
o seu falecimento.
O episódio boliviano remete a um
fato bem atual. Após a posse do governador Flávio Dino, uma fabulosa corrida de
vereadores e prefeitos municipais para o PC do B, o que significa dizer que o
interior do Maranhão virou um antro de comunistas.
Se a Rússia fosse hoje um país
dominado pelos “vermelhos”, certamente a diplomacia soviética já teria feito o
que os bolivianos fizeram anos atrás: nomeado e mandado para o Maranhão um
cônsul russo.
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